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Bombas de fragmentação dos EUA já estão a ser usadas pela Ucrânia

Andreia Antunes com Leonor Riso
Andreia Antunes com Leonor Riso 21 de julho de 2023 às 16:58
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O uso deste tipo de bombas é proibido em vários países pelo risco de deixarem numa área vários explosivos que podem matar décadas mais tarde.

Bombas de fragmentação fornecidas pelos EUA à Ucrânia já estão a ser usadas contra os russos em território ucraniano, confirmou a Casa Branca, e estão a ter impacto nas formações defensivas contra as forças russas e as suas manobras.

REUTERS/Clodagh Kilcoyne

A Ucrânia comprometeu-se a utilizar as bombas apenas para desfazer concentrações de soldados russos. John Kirby, porta-voz da segurança nacional da Casa Branca, afirmou que já foram recebidos "os primeiros comentários dos ucranianos e estão a utilizá-las de forma bastante eficaz".

As munições chegaram à Ucrânia na semana passada e são vistas pelos Estados Unidos como uma forma de fornecer a Kiev as munições de que necessita para ajudar a reforçar a sua ofensiva e a ultrapassar as linhas da frente russas.

Os dirigentes americanos debateram durante meses a possibilidade de fornecer as munições. No fim, o presidente norte-americano Joe Biden tomou a decisão final este mês e Washington vai fornecer milhares de munições, mas não são conhecidos números específicos.

Em 2021, 149 civis morreram devido às bombas de fragmentação em todo o mundo, segundo o Cluster Munition Monitor, organização que fornece informação à Campanha Internacional para Banir Minas Terrestres (ICBL, na sigla inglesa). 

As bombas de fragmentação abrem-se no ar, libertando centenas de pequenas bombas que podem matar várias pessoas numa vasta área. Estas bombas são proibidas em mais de 100 países, e se não explodirem podem representar perigo durante várias décadas.

Os Estados Unidos vão enviar uma versão da munição que apresenta um risco menor de permanecerem no local bombas por explodir. Ambos os lados acusaram-se mutuamente da utilização destas bombas de fragmentação no início da invasão russa em fevereiro de 2022.

A utilização destas munições surge numa altura em que Kiev denunciou uma nova tentativa de a Rússia retomar a ofensiva a nordeste da Ucrânia, local onde Moscovo terá colocado cerca de 100 mil soldados e centenas de tanques.

As forças ucranianas têm vindo desde junho a marchar no leste e no sul, para tentar conquistar pequenas partes do território na sua primeira contraofensiva desde 2022. Este avanço tem sido lento e as forças ucranianas ainda não conseguiram atacar as principais linhas defensivas da Rússia.

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