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O homicida confesso de Maëlys foi condenado, esta sexta-feira, a prisão perpétua. Esta foi a pena que o Ministério Público francês tinha pedido ontem em tribunal.

O homem, ex-militar, já tinha sido condenado em maio de 2021 a vinte anos de prisão pelo assassinato do jovem cabo Arthur Noyer. Crime ocorrido em abril de 2017.

No caso da menina lusodescendente de 8 anos, Nordahl Lelandais admitiu durante o julgamento todos os fatos de que é acusado. Nega, porém, que tenha cometido qualquer agressão sexual em Maëlys, que morreu em agosto de 2017.

A condenação de Nordahl Lelandais a prisão perpétua, significa que terá agora de passar 22 anos na prisão. Depois deste tempo, a pena será reavaliada. O assassino confesso conheceu a pena esta sexta-feira, dia do ser 39.º aniversário. 

O homem que confessou o crime reagiu de forma calma ao veredito que foi lido pelo juiz. A sua defesa tem 10 dias para recorrer da senteça.

Nordahl Lelandais admitiu ser culpado do sequestro, confinamento forçado e assassinato de Maëlys de Araújo, em Pont-de-Beauvoisin. Admitiu ainda ter agredido sexualmente dois primos de Maëlys e foi ainda culpado da posse de pornografia infantil e gravação de pornografia infantil.

Esta manhã, Nordahl Lelandais começou por falar em tribunal. Segundo os media locais, começou por reconhecer os factos pelos quais era acusado, renovando ainda as desculpas à família da menina de 8 anos e dos seus dois primos, que admitiu ter agredido sexualmente. "Sei que nunca aceitarão as minhas desculpas, mas devo apresentá-las com a máxima sinceridade. Compreendi o que os especialistas disseram sobre o longo trabalho que tenho que fazer em mim mesmo. Já comecei esse trabalho, mas vou fazê-lo com muita determinação. Estou bem ciente de tudo o que aconteceu depois de 4 anos e meio, durante três semanas, e realmente gostava de pedir desculpas a todas as famílias a quem magoei."

A defesa da mãe de Maëlys não deixou de apontar o dedo ao condenado. "Não tivemos a verdade de Nordahl Lelandais, mas não a esperávamos", disse o advogado Fabien Rajon, após as últimas de Nordahl Lelandais.

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