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A vida do espião Eli Cohen deu uma série

Miriam Assor
Miriam Assor 06 de janeiro de 2020 às 18:38

O espião israelita, que chegou a ser convidado para Ministro de Defesa da Síria, transmitiu a Israel, via código morse, informações que seriam cruciais para a glória da Guerra dos Seis Dias. Descoberto, preso e torturado, foi enforcado em praça pública, em Maio de 1965, em Damasco.

Na intuição da Mossad, Eliyahu Ben-Shaul Cohen, que entre o período 1945 e 1948, labutara para tirar judeus do Egipto, pareceu ser o indivíduo perfeito que poria em prática um plano destemido que englobava a preparação e a plantação na vizinha Síria de um infiltrado, cuja finalidade resumia-se a um par de evidências: tirar informações e entregá-las a Israel e boicotar todas as acções sírias contra Israel. Aceitou a oferta, após séria recusa. O compromisso de não revelar as suas actividades à mãe, mulher, espelho - ninguém – expressava-se na base imprescindível. A palavra de honra com a disciplina deveria ser extrema. O ordenado, comparado com o que recebia como contabilista, subia insignificantes shekels. Trazido por Isaac Zalman, um operacional do serviço de inteligência, e preparado e limado pelo agente com o nome de código Deervixe, submeteu-se a um sem-fim de exames médicos. Aprovado, seguiu-se um curso arrebatado de seis meses. O futuro katsa - um oficial de inteligência de campo da Mossad – teve como instrutores Motti Kfir e Nathan Salomon, que lhe deram lições básicas necessárias: como seguir e como evitar ser seguido, a maneira de escrever em tinta invisível e outros métodos para precaver a detecção. Recebeu preparo físico e ensaios militares, aprendeu procedimentos de combate, técnicas de codificação e descodificação, estudou o Corão, a política, a história, o mapa da Síria, decorou mil e um nomes de figuras e militares sírios, aprimorou o sotaque árabe-sírio. Estava pronto para passar ao campo de batalha, mas antes, é-lhe dada folga, em Setembro desse intenso 1960, e vai a casa conhecer a filha recém-nascida Sophie.  A esposa mantém confiança na história que o marido lhe havia dito:  trabalhava no Ministério da Defesa e, por tal, teria de viajar bastante.

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