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Traiu os amigos, família e país. O espião que extraía segredos com gin

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 18 de julho de 2020 às 19:26

Durante três décadas, Kim Philby usou amigos, mulheres e o MI6 para passar informações dos serviços secretos britânicos aos soviéticos.

Janeiro de 1963. Num apartamento de um quarteirão cristão em Beirute, capital do Líbano, doisgentlemenbritânicos conversavam com uma chávena de chá na mão. Quem os contemplasse na altura, acharia que se desenrolava um convívio educado – mas o que se passava na verdade era uma conversa tensa entre espiões do MI6 e o fim de uma grande amizade de 30 anos. Com escutas na sala, o espião Nicholas Elliott tentava retirar uma confissão do seu colega e amigo Kim Philby, incriminado pelas provas recolhidas pela inteligência britânica como agente duplo dos soviéticos KGB. O momento é descrito por Ben Macintyre no seu livro Um Espião Entre Amigos (agora lançado em Portugal) como "uma das conversas mais importantes da história da Guerra Fria".

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