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Votação de acordo de cessar-fogo por Israel adiada para hoje

Lusa 17 de janeiro de 2025 às 07:38

Primeiro-ministro israelita suspendeu na quinta-feira a aprovação do acordo depois de uma divergência de última hora com o Hamas.

O primeiro-ministro israelita adiou para esta sexta-feira a votação do governo sobre o há muito aguardado acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, esperada para quinta-feira, enquanto os militares de Israel mataram mais 72 palestinianos.  

Benjamin Netanyahu mencionou uma divergência de última hora com o Hamas para suspender a aprovação do acordo, enquanto as tensões em crescimento dentro do seu governo colocam dúvidas sobre a efetiva aplicação do acordo, apenas um dia depois de o presidente dos EUA, Joe Biden e o mediador central, o Qatar, terem garantido que estava adquirido.

Isto criou uma realidade dual: os palestinianos cansados da guerra na Faixa de Gaza, os familiares dos reféns israelitas mantidos no enclave e os líderes mundiais saudaram o resultado das conversações diplomáticas, mesmo com Netanyahu a adiar a votação do governo, que tinha sido marcada para quinta-feira.

REUTERS/Amir Cohen

Netanyahu acusou o Hamas de renegar partes do acordo, para obter mais concessões - sem especificar quais partes.

Mas o Hamas, através de um dos seus principais dirigentes, Izzat al-Rishq, a garantir que o grupo "está comprometido com o acordo de cessar-fogo que foi anunciado pelos mediadores".

Está por esclarecer até que ponto a suspensão da aprovação do acordo - inicialmente previsto para começar a vigorar no domingo - pelo governo israelita está a refletir jogadas de Netanyahu para manter o seu Executivo.

O acordo de cessar-fogo suscitou uma resistência forte de dois dos principais membros da coligação, dos quais Netanyahu depende para se manter no cargo, os partidos de Itamar Ben-Gvir e de Bezalel Smotrich.

Aquele ameaçou demitir-se, considerando o cessar-fogo "irresponsável" e que iria "destruiu tudo o que Israel conseguiu".

A eventual saída do partido de Ben-Gvir da coligação reduziria o seu apoio parlamentar de 68 para 62, ainda com maioria. Ben-Gvir já disse que, caso saísse, regressaria à coligação se Israel retomasse a guerra.  

Smotrich, também oposto ao cessar-fogo, exigiu a Netanyahu que prometesse que retomaria as ações militares depois da primeira fase do acordo como condição para o seu partido permanecer na coligação.

Por esclarecer estão todas as questões relativas ao futuro da Faixa de Gaza, desde logo a sua governação em um eventual período de pós-guerra, mas também o financiamento e controlo da monumental obra de reconstrução.

E quanto ao Hamas, mesmo com a morte dos seus principais dirigentes, coloca-se a perspetiva de uma insurgência prolongada no caso de prolongamento da ofensiva israelita, dada a dimensão do recrutamento, que compensou parte importante das perdas sofridas.

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