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Rússia diz que tanques britânicos "vão arder" e nega ter atingido edifício em Dnipro

Ana Bela Ferreira 16 de janeiro de 2023 às 13:21

Míssil que atingiu bloco de apartamentos na cidade de Dnipro poderá ter resultado de um ataque ucraniano anti-míssil. Entretanto, as forças russas não se mostram intimidadas pelo envio de veículos de guerra do Ocidente para a Ucrânia.

Moscovo garantiu esta segunda-feira que a nova vaga de equipamento de guerra anunciado pelo Ocidente para a Ucrânia não vai alterar o curso da guerra. Perante o anúncio de mais tanques enviados pelo Reino Unido, o Kremlin garantiu que estes "vão arder".

REUTERS/Clodagh Kilcoyne

Esta semana deve ficar marcada pelo envio de mais ajuda da União Europeia e do Reino Unido à Ucrânia. Isto depois do ataque de sábado a um edifício residencial na cidade de Dnipro que provocou, pelo menos, 40 mortos. Este ataque com um míssil russo está a ser negado por Moscovo, que mantém não ter alvos civis como objetivo.

No sábado, Inglaterra anunciou que planeia enviar 14 dos seus tanques Challenger 2 e outro apoio de artilharia avançada para apoiar a resposta da Ucrânia à invasão russa, que teve início a 24 de fevereiro do ano passado. "Eles estão a usar este país [a Ucrânia] como uma ferramenta para atingir os seus objetivos anti-Rússia", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, quando questionado sobre os tanques britânicos.

"Estes tanques vão arder tal como os outros", acrescentou Peskov. Sublinhando que o envio de mais equipamento e ajuda militar, como o anunciado pelo Reino Unido e Polónia, não vai mudar a situação no terreno. 

Desde o início da guerra que os EUA e os seus aliados têm ajudado financeira e militarmente para a Ucrânia. Já foram enviados drones, sistemas de mísseis, defesas anti-aéreas e sistemas de comunicações, entre outros equipamentos. O governo alemão está a ser pressionado para aprovar a exportação dos tanques Leopard 2, que fabrica, para a Ucrânia.

O ataque a Dnipro
No sábado,um míssil russo atingiu um bloco de apartamentos na cidade de Dnipro, provocando 40 vítimas mortais. Um número que pode ainda aumentar uma vez que continuam incontactáveis 30 pessoas, segundo um governante da cidade referiu à Reuters.

Até ao momento, estão contabilizados 75 feridos, dos quais 14 crianças. 

A autoria do ataque ainda está por determinar. Segundo os oficiais ucranianos, o prédio foi atingido por um míssil russo Kh-22, que não pode ser derrubado pelas defesas anti-aéreas. Porém, o Kremlin garante mais uma vez que o ataque de mísseis de sábado não tinha como objetivo alvos civis.

Esta segunda-feira, Dmitry Peskov garantiu aos jornalistas: "As Forças Armadas russas não têm edifícios residenciais ou infraestruturas sociais como alvos. Os ataques são feitos a alvos militares, quer óbvios quer incógnitos". Para o porta-voz do Kremlin o ataque de sábado resultou da ação das defesas anti-aéreas ucranianas que intercetaram o míssil russo, lembrando ainda que "alguns representantes do lado ucraniano" também chegaram a essa conclusão.

Peskov referia-se a Oleksiy Arestovych, conselheiro do gabinete do presidente Zelensky, que no sábado disse que o míssil russo teria caído no complexo residencial depois de ter sido abatido pelas defesas aéreas ucranianas. O comentário não foi bem visto do lado ucraniano, o que o levou a desculpar-se quase de imediato. Explicando que as suas declarações eram apenas uma teoria preliminar.

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