Rússia anuncia exercícios militares com armas nucleares
Manobras militares serão feitas "em resposta a declarações e ameaças provocadoras feitas por certos responsáveis ocidentais contra a Federação Russa", justificou o ministério da Defesa russo.
A Rússia vai realizar um exercício militar que inclui treinos para usar armas táticas nucleares, depois do que o ministro da Defesa do país chamou de "ameaças provocadoras" dos representantes ocidentais.
O exercício foi ordenado por Vladimir Putin, segundo o ministério citado pela Reuters, e iria testar a prontidão das forças nucleares não-estratégicas para desempenhar missões de combate.
As formações de mísseis do distrito militar do sul e forças navais vão participar no exercício. "Durante o exercício, irão ser desempenhadas várias medidas para praticar a prontidão e o uso de armas nucleares não-estratégicas", adiantou o ministério.
O exercício deve-se à necessidade de assegurar a integridade territorial e soberania da Rússia "em resposta a declarações e ameaças provocadoras feitas por certos responsáveis ocidentais contra a Federação Russa".
Apesar de não serem dados nomes concretos, a agência noticiosa Reuters salienta que as palavras do presidente francês Emmanuel Macron sobre uma possível intervenção francesa na Ucrânia foram consideradas extremamente perigosas pela Rússia.
Segundo a Rússia, os EUA e os seus aliados europeus estão a empurrar o mundo rumo ao confronto entre poderes nucleares devido ao apoio militar e financeiro prestado à Ucrânia desde a invasão de 2022.
Na Rússia, as condições para o uso de armas nucleares são em resposta a um ataque com armas nucleares ou de destruição maciça, ou quando se usem armas convencionais de forma a que "a existência do Estado seja posta sob ameaça". Tem havido apelos para a mudança destas regras dentro do país.
A Rússia e os EUA são os dois maiores poderes nucleares do mundo, com mais de 10.600 das 12.100 ogivas nucleares existentes.
Esta terça-feira, Vladimir Putin toma posse como presidente da Rússia para um mandato de seis anos. Em 1999, chegou à presidência do país, tendo sido substituído por Medvedev entre 2008 e 2012.
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