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Novo PGR denuncia "muitos casos por concluir"

23 de agosto de 2017 às 22:29

Tarek William Saab anunciou que vai reabrir vários expedientes de corrupção e narcotráfico

O novo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, denunciou que existem "muitos casos por concluir" no Ministério Público (MP) e que reabrirá vários expedientes de corrupção e narcotráfico.

Os casos, segundo explicou numa conferência de imprensa em Caracas, têm a ver com a gestão da anterior titular do MP, Luísa Ortega Díaz, destituída recentemente pela nova Assembleia Constituinte, composta unicamente por militantes do partido do Governo.

"Não houve acção penal de nenhum tipo, em casos vinculados com a corrupção e drogas", disse.

Por outro lado, denunciou que foram extintas as acções penais de pelo menos 80% de expedientes do Centro de Comércio Exterior (Cencoex), relacionados com o acesso a dólares a preços preferenciais, outorgados pelo Estado a empresas, no âmbito do sistema de controlo cambial que desde 2003 vigora no país.

"Os alegados responsáveis foram libertados e apenas 20% das pessoas naturais foram acusadas. Ou seja, a ação penal da anterior gestão do MP, dedicou-se a sancionar pessoas particulares (...) decidimos rever todas as causas que envolvem empresas que receberam dólares preferenciais e reabrir as que se evidencia uma actuação negligente do MP", frisou.

Tarek William Saab precisou que há também casos de acesso a dólares, relacionados com a Comissão de Administração de Divisas "que permanecem sem actos conclusivos". Estes casos vão ser reabertos para se passar a uma "fase acusatória e conclusiva".

"O MP durante a gestão da ex-PGR Luísa Ortega Díaz converteu-se numa máquina, uma indústria para extorquir e perseguir inocentes e alegados culpados, para tirar-lhes dinheiro", disse o novo procurador, que insiste em denunciar que houve tráfico de influências, de drogas, e outros, que afectaram o normal desenvolvimento dos funcionários do MP.

Tarek Saab disse que foi nula a actuação do MP relativamente a denúncias de actos violentos ocorridos durante o programa governamental Operação de Libertação do Povo (OLP) e que não houve investigação da violência ocorrida em protestos patrocinados pela oposição.

"Houve uma intenção plena de actuar, manipulando provas, indícios, para propiciar a extorsão, o uso da investigação penal com fins selectivos e das vítimas com fins propagandísticos", disse, precisando que entre Janeiro e Julho de 2017 foram extintas as acções penais de 5.468 acusados de alegado tráfico de estupefacientes.

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