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Lula propõe-se como mediador entre EUA e Venezuela para resolver tensões

Lusa 26 de outubro de 2025 às 14:56

Proposta foi anunciada após uma reunião entre Lula e Donald Trump, durante a cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), na Malásia.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ofereceu-se este domingo para atuar como mediador entre os Estados Unidos da América (EUA) e a Venezuela, num momento de escalada das tensões geopolíticas na região.
Lula oferece mediação entre EUA e Venezuela após encontro com Trump na Malásia AP Photo/Mark Schiefelbein
A proposta foi anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Mauro Vieira, após uma reunião entre Lula e o presidente norte-americano, Donald Trump, durante a cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur, na Malásia. "O presidente Lula levantou a questão e afirmou que a América Latina e a América do Sul, onde estamos localizados, é uma região de paz. E ofereceu-se para ser um contacto, um interlocutor, como já foi no passado com a Venezuela, para procurar soluções mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países", afirmou Vieira. A iniciativa surge numa altura de intensificação da presença militar dos EUA nas Caraíbas. Nas últimas semanas, Washington enviou forças navais, aéreas e terrestres para a região, incluindo o maior porta-aviões da sua frota, como parte de uma nova fase da campanha antidroga. O bombardeamento de uma dezena de embarcações suspeitas foi justificado como uma ação contra as rotas do narcotráfico que abastecem ao território norte-americano. Em resposta, o chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, acusou os EUA de tentarem desestabilizar o governo de Caracas através da demonstração de força militar. Além de abordarem a situação venezuelana, durante o encontro de cerca de 45 minutos, Lula e Trump também discutiram a agenda comercial bilateral. De acordo com uma publicação de Lula da Silva nas redes sociais, ambos concordaram em iniciar imediatamente negociações para resolver o impasse em torno da tarifa de 50% imposta por Washington sobre produtos brasileiros - medida adotada em retaliação ao processo judicial que condenou o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão por conspiração golpista. Lula classificou a reunião como "excelente" e reiterou o compromisso do Brasil com a estabilidade regional e o diálogo diplomático. Trump, para quem a Malásia é a paragem inicial da sua primeira viagem à Ásia no segundo mandato, disse no início do encontro com Lula que confiava que chegariam a "acordos muito bons", sem dar mais detalhes. Lula e Trump, cuja relação também é afetada pela escalada da luta contra o narcotráfico dos cartéis latino-americanos por parte dos EUA, coincidiram em Kuala Lumpur por ocasião da 47.ª cimeira de líderes da ASEAN e aliados, que começou hoje e se prolongará até terça-feira. O presidente brasileiro está há vários dias na Malásia, onde se reuniu no sábado com o primeiro-ministro do país, Anwar Ibrahim, após uma viagem à Indonésia, em busca de acordos comerciais para mitigar o impacto das tarifas dos Estados Unidos.
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