O partido do presidente argentino conseguiu 40,8% dos votos. O bloco que representa grande parte da oposição peronista conseguiu 24,5%.
O partido do Presidente argentino, Javier Mileu, La Libertad Avanza (LLA), venceu no domingo as eleições legislativas intercalares, com 40,8%, com mais de 90% dos votos apurados, anunciou o chefe do gabinete de ministros, Guillermo Francos.
Milei discursa após vitória nas eleições intercalares argentinasEPA/JUAN IGNACIO RONCORONI
A Argentina votou no domingo nas eleições legislativas intercalares, que eram decisivas para o ultraliberal Milei.
O resultado destas eleições é determinante para a margem de manobra e a sua capacidade de reformar e desregular uma economia ainda frágil durante os seus dois anos restantes como chefe de Estado.
O LLA ficou à frente do Fuerza Patria, bloco que representa grande parte da oposição peronista (centro-esquerda), com 24,5%.
Estas eleições legislativas a meio do mandato são cruciais para o Milei, que tem agora a garantia de reforçar a base parlamentar (até agora com 15% dos deputados, 10% dos senadores) e assim elevar a capacidade de reformar e desregular uma economia frágil e em plena turbulência financeira.
Javier Milei estimou que obter um terço dos assentos, num parlamento onde nenhuma das câmaras tem maioria absoluta, seria um "bom número", um limiar que lhe permitiria, em particular, impor vetos presidenciais aos parlamentares.
De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), vários analistas estimam que, independentemente do resultado das eleições, Javier Milei "terá de fazer uma viragem pragmática".
"Recuperar a capacidade de negociação que lhe permitiu aprovar leis" no início do mandato, avaliou a politóloga Lara Goyburu, citada pela AFP.
Desde 2023, o chefe de Estado tem legislado muito por decretos ou acordos legislativos pontuais no hemiciclo. Mas nos últimos meses tem sido cada vez mais prejudicado por um parlamento irritado com a rigidez que o líder demonstra e até com os insultos que lança: "ninho de ratos" e "degenerados" são alguns exemplos.
A oposição moderada, os setores da economia produtiva argentina e também dadores internacionais, como o Fundo Monetário Internacional, pediram insistentemente ao executivo que "reforçasse o apoio político e social" às suas reformas.
Entre as reformas previstas por Javier Milei até 2027 estão reformas fiscais, flexibilização do mercado de trabalho e do sistema de proteção social.
Javier Milei chega às eleições com o mérito de ter controlado a inflação, de mais de 200% para 31,8% em termos interanuais, e de ter alcançado um equilíbrio orçamental inédito em 14 anos, escreveu a AFP.
Mas o "maior ajuste orçamental da história" — como gosta de repetir — resultou na perda de mais de 200 mil postos de trabalho, numa atividade anémica, com uma contração de 1,8% em 2024, e uma recuperação em 2025, que está a perder força.
Partido de Milei vence eleições intercalares argentinas com maioria folgada
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