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Leonor Xavier: "Foi a vender tupperwares que conheci São Paulo"

Dulce Garcia
Dulce Garcia 13 de dezembro de 2021 às 21:03

Leonor Xavier morreu esta segunda-feira aos 78 anos, não resistiu a um cancro do cólon que lhe tinha sido diagnosticado em 2014. A SÁBADO publicou no final de 2010 uma longa entrevista de vida à jornalista e escritora, onde esta fala da infância e da ida para o Brasil onde descobriu a liberdade.

Cresceu no tempo em que as raparigas tocavam piano e falavam francês, mas ela quis aprender russo. Foi de castigo para um colégio interno onde, para se vingar, passava horas ao telefone e fumava às escondidas. A irreverência atenuou-se quando casou com um advogado jovem e promissor, que chegaria a secretário de Estado. Depois, com o 25 de Abril foram para o Brasil, onde Leonor Xavier descobriu o calor, o corpo, a liberdade – e a vida real. Foi vendedora ao domicílio e escreveu numa das maiores revistas da época, aManchete, o que lhe permitiu conhecer e privar com figuras como o escritor Jorge Amado, o poeta Carlos Drummond de Andrade e a actriz Tônia Carrero. Depois, vieram os livros (entre eles as biografias de Maria Barroso e Raul Sonaldo) e os prémios. Em Outubro,Casas Contadas, o seu livro de memórias, recebeu o Prémio Máxima de Literatura. Recorde a entrevista de vida publicada na edição 346 daSÁBADO, a a 16 de dezembro de 2010.

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