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Teatro das Beiras diz que exclusão é "discriminação territorial"

03 de abril de 2018 às 18:44
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A companhia frisa que a decisão de não ser abrangida pelos apoios põe em causa a continuidade da companhia.

O Teatro das Beiras, companhia profissional de teatro da Covilhã, considera que está a ser vítima de "discriminação territorial" por ter sido excluída do apoio às artes e frisa que a decisão põe em causa a continuidade da companhia.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o Teatro das Beiras lembra o seu longo percurso que tem como agente cultural na região e refere que, ao longo dos seus 24 anos como companhia profissional e apesar de ter enfrentado cortes drásticos, nunca tinha estado perante uma situação de exclusão dos programas de apoio do Ministério da Cultura.

O Teatro das Beiras critica duramente a situação e frisa que, a manter-se, porá em causa a continuidade desta companhia, que tem um reconhecido papel na região, não só na promoção do teatro, mas nas outras áreas artísticas.

"Não é aceitável que a DGArtes classifique como elegível a candidatura do Teatro das Beiras, considerando-a dentro dos padrões do concurso, e depois não lhe conceda apoio por alegada falta de verbas", é referido no comunicado.

Para o Teatro das Beiras, esta situação "configura uma grave discriminação territorial, que fere princípios de igualdade e de acesso à cultura".

O Teatro das Beiras fria ainda que "este tipo de decisões, podendo provocar a extinção de muitas estruturas, contraria a mais recente retórica dos responsáveis políticos, agravando assimetrias dentro do território nacional, parecendo assim que o programa de Apoio Sustentado visa não apoiar o Teatro, mas sim extingui-lo gradualmente".

"Consideramos a decisão inaceitável, e, à semelhança de outras companhias, iremos recorrer dela para que se faça justiça", acrescenta.

Esta companhia também subscreve "a ideia da criação de uma plataforma que conteste o processo de atribuição das verbas plurianuais", já que considera que tal está a destruir o sector, além de reclamar uma reunião com o primeiro-ministro.

"Esperamos que, face à contestação, a situação de todas as estruturas não financiadas seja solucionada", aponta, sublinhando que o "Teatro das Beiras apenas espera justiça e que a controversa decisão da DGArtes não ponha um ponto final na sua existência".

O Governo anunciou o reforço, para 72,5 milhões de euros, do montante disponível até 2021, do Programa de Apoio Sustentado às artes, mais dois milhões de euros por ano, a aplicar nas seis modalidades dos concursos: circo contemporâneo e artes de rua, dança, artes visuais, cruzamentos disciplinares, música e teatro.

Segundo números da DGArtes, este ano, no total das seis modalidades, foram admitidas a concurso 242 das 250 candidaturas apresentadas. Os resultados provisórios apontam para a concessão de apoio a 140 companhias e projectos.

Sem financiamento, de acordo com estes resultados, ficaram companhias como o Teatro Experimental do Porto, o Teatro Experimental de Cascais, as únicas estruturas profissionais de Évora (Centro Dramático de Évora) e de Coimbra (Escola da Noite e O Teatrão), além de projectos como a Orquestra de Câmara Portuguesa, a Bienal de Cerveira e o Chapitô.

Estes dados deram origem a contestação no sector e levaram o PCP e o Bloco de Esquerda a pedir a audição, com carácter de urgência, do ministro da Cultura e da directora-geral das Artes, em comissão parlamentar.

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