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Portugal na lista de países afetados por taxas retaliatórias dos EUA

A Organização Mundial de Comércio autorizou os EUA a imporem taxas de cerca de sete mil milhões de euros a produtos europeus, em retaliação pelas ajudas da UE à aviação, em particular à Air Bus.

A economia portuguesa, sobretudo na área dos laticínios, é visada pelas taxas alfandegárias retaliatórias que osEstados Unidosforam autorizados a aplicar sobre produtos da União Europeia.

AOrganização Mundial de Comércio(OMC) autorizou quarta-feira os Estados Unidos a imporem taxas de 7,5 mil milhões de dólares (cerca de sete mil milhões de euros) a produtos europeus, em retaliação pelas ajudas da União Europeia (UE) à aviação, em particular à Air Bus.

Na sequência, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou a lista de produtos que serão alvo de tarifas retaliatórias, recaindo a principal fatia sobre "os quatro países responsáveis pelos subsídios ilegais": França, Alemanha, Espanha e Reino Unido.

Contudo, a totalidade dos 28 países da União Europeia será afetada pela medida do Governo do presidenteDonald Trump, incluindo, naturalmente, Portugal, que vê a área dos laticínios particularmente visada na lista do Departamento de Comércio norte-americano.

Na lista de países afetados pelas taxas que inclui Portugal, são visados produtos como leite, queijos, iogurtes e manteigas (tal como vários derivados e preparados com estes laticínios) serão sujeitos a taxas adicionais de 25%;

Também a carne de porco (incluindo derivados e produtos preservados, como presunto), ameijoas (em recipientes herméticos e conservadas), berbigões e moluscos vários serão alvo de tarifas adicionais de 25%;

Finalmente, na área das frutas, Portugal pertence ao grupo de países que verá vários produtos com taxas aumentadas em 25%, como citrinos (laranjas, limões, tangerinas, clementinas, frescas ou desidratadas), cerejas (secas), peras (secas ou desidratadas).

As taxas são a consequência de um conflito de 15 anos entre a UE e os Estados Unidos sobre os apoios públicos às empresas fabricantes de naves aeronáuticas, em que a OMC reconheceu agora aos EUA o direito de usar taxas retaliatórias, que deverão entrar em vigor a partir de meados de outubro.

A Ucrânia não ficará sozinha

Zelensky vê na integração na UE uma espécie de garantia de segurança, ainda que não compense a não entrada na NATO. É possível sonhar com um cessar-fogo capaz de evitar uma futura terceira invasão russa da Ucrânia (agora para Odessa e talvez Kiev, rumo às paredes da frente Leste da UE)? Nunca num cenário de concessão do resto do Donbass. O invadido a oferecer, pela negociação, ao invasor o que este não foi capaz de conquistar no terreno? Não pode ser. Aberração diplomática que o fraco mediador Trump tenta impor aos ucranianos.