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“Não discutimos, nem vamos discutir” dívida portuguesa, avisa Eurogrupo

07 de novembro de 2016 às 20:46
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"Não discutimos e não vamos discutir, porque Portugal é capaz de gerir a sua própria dívida", disse Jeroen Dijsselbloem. Centeno admitiu, na semana passada, que o Governo está disponível para renegociar os juros da dívida

O ministro das Finanças, Mário Centeno, admitiu na passada quinta-feira que o Governo está disposto a entrar no debate sobre a renegociação dos juros da dívida no contexto europeu. "É da responsabilidade do Governo honrar as obrigações, mas a discussão apenas pode ser tida no contexto europeu e o Governo está disposto a tê-la", disse durante o debate do Orçamento do Estado para 2017, reforçando: "É essencial que se tenha uma redução da taxa de juro que Portugal paga pelo seu endividamento". 

 

Esta segunda-feira, o Eurogrupo respondeu: o fórum de ministros das Finanças da zona euro não discutiu nem discutirá uma eventual renegociação dos juros da dívida portuguesa, argumentando que há uma "grande diferença" relativamente à Grécia.

 

"Não discutimos e não vamos discutir, porque Portugal é capaz de gerir a sua própria dívida. E não estamos certos que assim seja no caso da Grécia, é essa a grande diferença. Não vamos confundir" as situações, declarou Jeroen Dijsselbloem, quando questionado sobre se uma renegociação da dívida grega poderia ser estendida aos juros da dívida portuguesa, que o próprio ministro das Finanças, Mário Centeno, admitiu serem muito elevados.

 

Questionado sobre se Centeno abordou esta segunda-feira, o presidente do Eurogrupo disse que "não, e [se o fizesse] não ajudaria muito o já difícil processo da sustentabilidade da dívida da Grécia".

 

O ministro escusou-se a prestar declarações aos jornalistas no final da reunião do Eurogrupo, apenas devendo fazê-lo depois da audição na qual participará na terça-feira ao final da tarde no Parlamento Europeu, em Bruxelas, no quadro do "diálogo estruturado" sobre o processo de possível suspensão de fundos a Portugal e Espanha devido ao défice excessivo.