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Marcelo desvaloriza avisos da UTAO e não acredita em novo resgate

04 de outubro de 2016 às 18:39
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Presidente da República defende que vale a pena esperar pelos dados das receitas fiscais de Setembro, mostrando-se convicto que esses dados podem ser positivos para os objectivos fixados este ano

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defende que vale a pena esperar pelos dados das receitas fiscais de Setembro, ao ser confrontado com as dúvidas da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO). "Em relação às receitas fiscais, vale a pena esperar pelos dados do mês de Setembro", disse Marcelo Rebelo de Sousa, mostrando-se convicto que esses dados poderão ser positivos, tendo em conta os objectivos fixados para o défice deste ano.

 

Às preocupações manifestadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o Presidente da República lembrou que o crescimento económico para este ano também está dentro daquilo que se previa, ou seja, um crescimento de apenas 1%, disse à margem da inauguração do Museu da Música Mecânica, no Pinhal Novo, em Palmela.

 

Numa nota sobre a síntese da execução orçamental das administrações públicas até Agosto, a UTAO indica que "será necessário arrecadar 17.434 milhões de euros nos últimos quatro meses de 2016" para cumprir o objectivo incluído no Orçamento do Estado para 2016 (OE2016), referindo que esta evolução "não se afigura verosímil".

 

A UTAO indicou ainda que os 447 milhões de euros destinados à reversão dos cortes salariais está "disponível na sua totalidade", mas admitiu que serão precisos "cerca de 130 milhões" a mais do que aquele valor até ao final do ano.

 

Já quando confrontado com as declarações do Comissário Europeu da Economia e Sociedades Digitais, Günther Oettinger, sobre a probabilidade de um novo resgate, Marcelo também foi claro. "Eu acho que não vai haver segundo resgate e que a Europa não está sequer virada para pensar em resgates. Tem tantos outros problemas, que eu não estou a ver a Europa a pensar minimamente nisso. Esse cenário é uma espécie de conversa que se tem quando não tem outra conversa para ter", rematou.

Editorial

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