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Lesados do BES: os bastidores de 90 dias de negociações

SÁBADO
SÁBADO 28 de janeiro de 2016 às 12:11

Um café com António Costa, reuniões com o seu “mandatário” e uma chamada de Paulo Portas num domingo à noite, para um encontro num hotel

Ricardo Ângelo ligou ao advogado para lhe dar a notícia o mais depressa que pôde – assim que atendeu os pacientes que o esperavam no consultório de dentista onde trabalha. Acabara de falar pessoalmente com António Costa e ele estava disposto a ajudar. Nolobbydo Hotel Montebelo, em Viseu, a 27 dias das legislativas, o então candidato do PS a primeiro-ministro tinha ouvido – durante um café, ainda antes do pequeno-almoço – a versão do presidente da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) sobre as sequelas da medida de resolução aplicada ao Banco Espírito Santo (BES) e deixado uma promessa. "Disse que teria uma atitude distinta da do anterior governo e trabalharia para que os reguladores se entendessem sobre uma solução", conta Ricardo Ângelo à SÁBADO.

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