Desde que Trump voltou à Casa Branca já referiu várias vezes que quer voltar a controlar o Canal do Panamá, no entanto, Frank Sixt, codiretor administrativo da CK Hutchison, afirmou que "a transação é de natureza puramente comercial e totalmente independente das notícias políticas recentes sobre os portos do Panamá".
Uma empresa sediada em Hong Kong concordou em vender a maior parte da sua participação em dois dos mais importantes portos do Canal do Panamá a um grupo liderado pela empresa de investimentos norte-americana BlackRock.
REUTERS/Enea Lebrun
A venda ocorre semanas depois do presidente Donald Trump ter afirmado que o Canal estava sob controlo chinês e que deveriam ser os Estados Unidos a controlar a passagem entre o oceano Atlântico e o Pacífico, uma vez que foram os construtores.
Até ao momento a CK Hutchison Holding operava dois portos, um em cada uma das entradas do Canal do Panamá, mas a empresa referiu na terça-feira que vai vender as suas participações como parte de um acordo com a BlackRock no valor de 22,8 mil milhões de dólares (21,3 mil milhões de euros).
CK Hutchison, que opera no Canal do Panamá desde 1997, foi fundada pelo milionário Li Ka-shing e não é propriedade do governo chinês. Porém, tem a sua sede em Hong Kong, o que significa que é obrigada a operar sob as leis financeiras chinesas.
O acordo entre as duas empresas incluiu um total de 73 portos em 23 países, mas tendo em conta a inclusão dos dois portos no Panamá necessita de ser aprovado pelo governo local. Quando anunciou o acordo, Frank Sixt, codiretor administrativo da CK Hutchison, afirmou: "Quero reforçar que a transação é de natureza puramente comercial e totalmente independente das notícias políticas recentes sobre os portos do Panamá".
O Canal do Panamá tem cerca se 82 km de extensão, e foi construído no início dos anos 1900. Por lá passam cerca de 14 mil navios por ano, incluindo porta-contentores que transportam carros, gás natural e outros produtos, além de embarcações militares.
Os Estados Unidos foram o primeiro país a ter o controlo do Canal, e manteve-a até 1977, altura em que vários tratados passaram o controlo de volta ao Panamá, depois sucedeu-se um período de controlo conjunto e em 1999 o Panamá assumiu o controlo total.
Desde que voltou à Casa Branca, Trump já referiu várias vezes que quer voltar a controlar o canal uma vez que considera a influência chinesa na zona como uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos, considerando ainda que o investimento dos Estados Unidos na construção inicial justifica a retoma do controlo.
O Panamá tem rejeitado esta ideia e o presidente José Raúl Mulino disse que o Canal "está e permanecerá" nas mãos do país centro-americano.
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