Sábado – Pense por si

Despesa dos utentes com medicamentos subiu 7,1% para 920,4 milhões de euros

Contribuem para este aumento medicamentos para o tratamento de manutenção em doentes adultos com doença pulmonar obstrutiva crónica, o anticoagulante oral Edoxabano e o anti hipertensor Sacubritil+Valsartan.

A despesa dos utentes com medicamentos subiu 7,1% no ano passado, fixando-se em 920,4 milhões de euros, segundo o relatório de monitorização divulgado pelo Infarmed.

Luís Guerreiro

Relativamente à despesa em ambulatório, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) gastou 1.683,8 milhões de euros a comparticipar os medicamentos que os utentes compram nas farmácias, um aumento de 5,6%, que decorre sobretudo do acréscimo de despesa com alguns medicamentos para a diabetes, que são comparticipados entre 90% e 100%.

Contribuem também para este aumento medicamentos para o tratamento de manutenção em doentes adultos com doença pulmonar obstrutiva crónica, o anticoagulante oral Edoxabano e o anti hipertensor Sacubritil+Valsartan.

O Infarmed recorda que a maior parte dos medicamentos acima referidos "estão abrangidos por contratos de financiamento com preços confidenciais e limites de encargos, com devolução por parte das empresas de diferencial de preço e/ou excedente de limite de encargos".

No relatório hoje divulgado, o Infarmed diz que os valores preliminares de janeiro de 2025 "mantêm a tendência de crescimento", estimando-se um aumento de 8,5% face a janeiro de 2024.

A tendência de crescimento da despesa com medicamentos em meio ambulatório foi atenuada pela redução na despesa com medicamentos anticoagulantes (42,3MEuro) e analgésicos estupefacientes (4,6MEuro).

"Esta poupança advém principalmente da introdução no mercado e subsequente adoção de genéricos com estas indicações terapêuticas", explica o regulador no documento.

Quanto ao aumento da despesa dos utentes com medicamentos, o Infarmed explica que decorre do aumento da utilização e, consequentemente, da despesa com medicamentos antidislipidémicos, para tratar colesterol e triglicéridos, com mais 12,9 milhões (comparticipado a 37%) e com antidepressivos, mais 7,6 milhões de euros, assim como com as vacinas (simples e conjugadas), mais cinco milhões de euros, os medicamentos usados nas perturbações da micção (mais 4,1 milhões), estimulantes inespecíficos do Sistema Nervoso Central (mais 3,8 milhões), antidiabéticos (mais 3,5 milhões, comparticipados a 90%) e modificadores da secreção gástrica (mais três milhões de euros).

No que se refere aos outros produtos, a despesa do SNS aumentou 3,3% (equivalente a mais quatro milhões de euros), maioritariamente devido aos produtos para diabetes (2,9 milhões) e ostomia (1,7 milhões).

No ambulatório, as classes terapêuticas com maiores encargos são os antidiabéticos (417,1 milhões de euros, +12,9%), os modificadores do eixo renina angiotensina -- que atuam no sistema hormonal responsável pelo controle da pressão arterial e do volume de fluidos no organismo -, com mais de 153 milhões de euros (+10,7%), e os anticoagulantes (144,4 milhões de euros), que, apesar de tudo, tiveram uma redução da despesa de 22,6%.

Foram dispensadas em 2024 nas farmácias 193,4 milhões de embalagens de medicamentos, um número que cresceu 5,15 (+9,4 milhões).

O relatório aponta ainda para um aumento de 0,13 euros do custo médio por embalagem face ao ano de 2023.

Artigos Relacionados
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.

Visto de Bruxelas

Cinco para a meia-noite

Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.