O presidente do Conselho Europeu marcou a cimeira de líderes para 23 de abril para discutir a recuperação económica europeia e defendeu um fundo “robusto” e ligado ao orçamento comunitário.
O presidente do Conselho Europeu marcou hoje uma cimeira de líderes para o dia 23 de abril para discutir a recuperação económica europeia pós-crise gerada pela covid-19, e defendeu um fundo "robusto" e ligado ao orçamento comunitário.
"Chegou o momento de criar as bases para uma recuperação económica robusta. Este plano terá de relançar as nossas economias, promovendo simultaneamente a convergência económica na União Europeia [UE]", frisa o líder do Conselho Europeu, o belga Charles Michel, num comunicado hoje divulgado.
Numa declaração publicada um dia depois de o Eurogrupo ter decidido sobre um pacote de resposta à crise económica, mas ter deixado a decisão sobre o financiamento de um fundo temporário de recuperação nas mãos dos líderes europeus, Charles Michel vinca que "o orçamento da UE terá de desempenhar um papel significativo" neste instrumento.
"Juntamente com a presidente da Comissão Europeia, [Ursula von der Leyen], estou a trabalhar num guia e num plano de ação para garantir o bem-estar de todos os europeus e para garantir na UE uma retoma do crescimento forte, sustentável e inclusivo, baseado numa estratégia verde e digital", frisa o presidente do Conselho Europeu.
Numa ‘maratona’ negocial do Eurogrupo, que decorreu entre terça-feira e quinta-feira e alargada aos países que não fazem parte do espaço da moeda única, os responsáveis pelas Finanças comunitárias chegaram a acordo sobre um "pacote de dimensões sem precedentes" para fazer face à crise provocada pela pandemia da covid-19, que inclui "redes de segurança" para trabalhadores, empresas e Estados-membros e ascende a 500 mil milhões de euros.
Entre os instrumentos aprovados está a proposta apresentada em 02 de abril passado pela Comissão Europeia de um instrumento temporário, o "Sure", que consistirá em empréstimos concedidos em condições favoráveis pela UE aos Estados-membros, até um total de 100 mil milhões de euros, com o objetivo de ajudar os Estados a salvaguardar postos de trabalho através de esquemas de emprego temporário.
Para as empresas, a solução acordada passa pelo envolvimento do Banco Europeu de Investimento (BEI), através de um fundo de garantia pan-europeu dotado de 25 mil milhões de euros, que permitirá mobilizar até 200 mil milhões de euros suplementares para as empresas em dificuldades, sobretudo pequenas e médias empresas.
Aprovadas foram também linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), o fundo de resgate permanente da zona euro, destinadas a cobrir custos direta ou indiretamente relacionados com a resposta a nível de cuidados de saúde, tratamento e prevenção da covid-19.
O Eurogrupo acordou, ainda, a criação de um fundo de recuperação após a crise gerada pela covid-19, mas pediu aos líderes europeus para decidirem "o financiamento mais apropriado", se através da emissão de dívida ou de "formas alternativas".
Defendida por muitos, sobretudo no sul da Europa, a ideia de emissão de títulos de dívida conjunta – ‘eurobonds’, chamados atualmente de ‘coronabonds’ por visarem a crise provocada pelo coronavírus – continua a conhecer forte resistência por parte dos países que sempre se opuseram à mutualização da dívida, com a Holanda à cabeça.
Caberá agora aos líderes europeus, na cimeira de dia 23 de abril, acordar os detalhes deste fundo de recuperação, desde logo as fontes de financiamento, os aspetos jurídicos e ainda a sua relação com o orçamento europeu.
No comunicado hoje divulgado, Charles Michel classifica ainda o acordo do Eurogrupo como "um avanço significativo", falando num "pacote inigualável" para a UE responder, em conjunto, ao "fardo da crise".
A pandemia do novo coronavírus já matou 96.340 pessoas em todo o mundo e infetou quase 1,6 milhões desde o seu aparecimento, em dezembro passado, na China.
Covid-19: Líderes europeus reunidos a 23 de abril para debater recuperação económica
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Ser liberal é viver e deixar viver. É também não sucumbir ao ressentimento social: as páginas em que Cotrim de Figueiredo confessa essa tentação quando olhava para os colegas mais abonados do Colégio Alemão são de uma honestidade tocante.
Mesmo nessa glória do mau gosto, ele encontra espaço para insultar, nas legendas, os seus antecessores, os Presidentes de que ele não gosta, a começar por Biden. É uma vergonha, mas o mundo que Trump está a criar assenta na pouca-vergonha
A avó de Maria de Lourdes foi dama de companhia da mãe de Fernando Pessoa. E deixou-lhe umas folhas amaralecidas, que elaenviou a Natália Correia, já nos anos 80. Eram inéditos da mãe do poeta.
Zelensky vê na integração na UE uma espécie de garantia de segurança, ainda que não compense a não entrada na NATO. É possível sonhar com um cessar-fogo capaz de evitar uma futura terceira invasão russa da Ucrânia (agora para Odessa e talvez Kiev, rumo às paredes da frente Leste da UE)? Nunca num cenário de concessão do resto do Donbass. O invadido a oferecer, pela negociação, ao invasor o que este não foi capaz de conquistar no terreno? Não pode ser. Aberração diplomática que o fraco mediador Trump tenta impor aos ucranianos.