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Coronavírus: estivadores dizem que há risco de portos pararem

09 de abril de 2020 às 07:16
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"Da forma como estamos a trabalhar nos portos, corremos o risco de todo o contingente ficar parado, porque não há nenhum cuidado em termos de criar equipas rotativas", garantiu o líder sindical.

O presidente do Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL), António Mariano, disse que, nas condições em que estão a trabalhar, sem equipas rotativas, corre-se o risco dos portos pararem, devido a contágio de trabalhadores por covid-19.

"Da forma como estamos a trabalhar nos portos, corremos o risco de todo o contingente ficar parado, porque não há nenhum cuidado em termos de criar equipas rotativas, com equipas de reserva em quarentena. Nada disso está a ser feito", garantiu o líder sindical.

António Mariano falava numa audição conjunta da Comissão de Trabalho e Segurança Social e da Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, em Lisboa, sobre "a ameaça de insolvência" da A-ETPL", onde foram também ouvidos o membro do Conselho de Administração da Yilport Holding (operadora de terminais portuários), Diogo Marecos, e a presidente do Conselho de Administração do Porto de Lisboa, Lídia Sequeira.

"Em Lisboa já estamos limitados ao mínimo. Leixões está a funcionar sem nenhum tipo de cautela, digamos assim. Eu temo que daqui a pouco tempo algum problema de maior aconteça e que impossibilite os portos de fazerem o seu serviço normal", advertiu o presidente do SEAL.

Segundo António Mariano, os estivadores estão a trabalhar "todos com todos" e já há casos de contaminação entre estes profissionais.

Se a doença se propagar entre os estivadores, como não há equipas de reserva em casa, a operação nos portos para, avisou.

"Os navios estão a ser desviados para alguns portos que, nalguns casos estão quase em rutura. Não há equipas de reserva. Quando houver alguém contaminado, vai parar um porto. Isto é criminoso", considerou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 86 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 280 mil são considerados curados.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).

Dos infetados, 1.211 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 196 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.

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