Maiorca, Menorca e Ibiza têm-se se tornado "ilhas fantasmas" na época baixa, mas os preços das habitações não param de aumentar por causa dos investidores estrangeiros.
OCanadá deu o pontapé de saídae agora há mais países a querer ir atrás. As Ilhas Baleares, em Espanha, querem proibir os não residentes de comprar propriedades para combater o aumento dos preços das casas. Para tal, o presidente das baleares já pediu ao governo espanhol para fazer "pressão na União Europeia".
REUTERS/Enrique Calvo
Nos últimos anos, durante a época baixa, as ilhas de Maiorca, Menorca e Ibiza têm-se tornado numa espécie de "aldeias fantasma", repletas de casas vazias e quase sem população local. Apesar da aposta clara no turismo, segundo o The Guardian, a economia das ilhas começa a fraquejar uma vez que há cada vez mais bares e restaurantes a fechar portas por não aguentarem os negócios apenas na época alta.
E analisando os números é possível perceber que o problema é real. De acordo com Instituto Nacional de Estatísticas de Espanha, no ano passado, 39% das casas foram compradas por investidores estrangeiros e os arrendamentos e as hipotecas aumentaram cerca de 30%. Estes valores tornaram estas três ilhas nos locais mais caros para se ter uma habitação em Espanha.
Um exemplo claro deste aumento é a vila de Deià, em Maiorca, onde o metro quadrado chega a custar 6.091 euros. Nesta pequena vila há T2 há venda por 1,6 milhões de euros e cerca de 200 habitações estão completamente vazias (sendo usadas apenas durante os meses de verão).
Porém, a probabilidade da medida do governo das Baleares ser aprovada é bastante baixa uma vez que o maior entrave se prende com o facto de contrariar o princípio europeu da livre circulação. Se é certo que dificilmente a União Europeia aceitaria uma medida "tão extremista", também o é que já aprovou exceções para alguns países (e é este o argumento que o governo das Baleares está a usar).
No caso dos Alpes Austríacos, a região foi reconhecida como tendo "demasiada procura externa" e foram aprovadas medidas para proteger "a importância cultural e beleza natural" da localidade. Também nas ilhas Aland, na Finlândia, foram impostos limites para a compra de segundas habitações e na Croácia, os cidadãos europeus apenas podem comprar terrenos agrícolas depois de residirem no país por mais de dez anos.
Já no caso do Canadá, Justin Trudeau, primeiro-ministro, defendeu que "as casas são para as pessoas, não para os investidores" e este ano aprovou uma nova legislação que impede todos os "não cidadãos" de investir no mercado nos próximos dois anos. As únicas exceções são aplicadas a imigrantes e a todos aqueles que apresentem um pedido de residência permanente.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.
Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.
A desinformação não é apenas um fenómeno “externo”: a nossa própria memória também é vulnerável, sujeita a distorções, esquecimentos, invenções de detalhes e reconstruções do passado.