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As ligações de ex-governantes e empresários à CGD

Gustavo Sampaio 23 de julho de 2016 às 08:00

O grande peso de ex-governantes nas suas administrações e as ligações a vários grupos empresariais ilustram o circuito restrito da finança e da política em Portugal

A lém das sucessivas derrocadas de bancos privados – resgatados pelo Estado e pelo restante sector da banca – também o banco público, a Caixa Geral de Depósitos, se prepara para gerar encargos pesados para os contribuintes. O actual plano de recapitalização da Caixa pode implicar um aumento de capital de 4 mil milhões de euros – o valor ainda não foi confirmado oficialmente – aumentando para 6,9 mil milhões de euros o montante injectado desde 2000 (no mesmo período a Caixa pagou 2,8 mil milhões em dividendos ao Estado). O tamanho da factura colocou a Caixa no centro do debate político e vai levar a mais uma comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco precisamente desde 2000, pedida pelo PSD. A essa comissão deverão ser chamados, entre outros, ex-responsáveis pelo banco público, cuja proveniência política e ligações ao mundo empresarial – incluindo a alguns dos maiores devedores da Caixa – reflectem o circuito fechado da política e da finança portuguesa.

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