A empresa que faz publicidade com "pessoas reais"

A empresa que faz publicidade com 'pessoas reais'
Lucília Galha 01 de julho de 2018

Aos 19 anos, Frederico Canto e Castro imaginou um conceito diferente. Reuniu no seu portefólio único travestis, reformados e até um sem-abrigo. Não parou de crescer.

É uma coisa que lhe acontece quase todos os dias: encontrar alguém na rua que podia fazer parte da sua agência. Manuel, 62 anos, foi uma dessas pessoas. Aquele homem de olhos azuis e com barba e cabelo compridos despertou-lhe a atenção. Abordou-o. "Desculpe, o senhor fala português?", perguntou-lhe Frederico Canto e Castro. E depois continuou: "Tem um ar que se encaixa em publicidade." Manuel olhou para ele com um ar desconfiado, mas achou graça à ideia. Aquela abordagem era inesperada: não só porque tem apenas 1,63 metros e pesa 82 quilos, como pela situação em que se encontrava. Naquela altura, em Agosto de 2013, Manuel vivia numa instituição que dá apoio a sem-abrigo. Os únicos bens que tinha eram uma mala com um kit de higiene e roupa. Passava o tempo a vaguear pela cidade: se o tempo estava bom ficava num jardim; senão, optava por centros comerciais. Estava a ver uma montra num centro de Lisboa quando foi abordado por aquele rapaz de calções, ténis e óculos de sol.

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