Secções
Entrar

"São dois euros por mês", afirma Medina sobre agravamento do IUC para carros mais velhos

Jornal de Negócios 17 de outubro de 2023 às 17:19

O ministro das Finanças entende que o aumento de 25 euros para o imposto único de circulação deve ser visto em conjunto com outras medidas como o incentivo ao abate de automóveis e para aquisição de carros elétricos e que se trata de corrigir uma "injustiça".

O ministro das Finanças, Fernando Medina, desvalorizou o agravamento do Imposto Único de Circulação (IUC) para os carros anteriores a 2007, considerando que se trata de um aumento de 2 euros por mês e que a decisão deve ser enquadrada em conjunto com outras medidas para a renovação da frota automóvel.

"A decisão relativamente ao IUC enquadra-se num conjunto mais vasto de decisões e que se prendem precisamente com o incentivo à renovação da frota automóvel", começou por referir o ministro das Finanças em resposta aos jornalistas depois da reunião do Ecofin, no Luxemburgo.

"Convém sublinhar os automóveis anteriores a 2007 beneficiam hoje de uma tributação anual em média que é cerca de um quarto das viaturas mais recentes", sublinhou em declarações transmitidas pela RTP, apontando o facto de "as viaturas mais recentes são as menos poluentes".

Fernando Medina apontou, por outro lado, que houve "um sentido de cautela e de gradualismo muito grande na decisão desta medida. Trata-se de um aumento de 25 euros por ano relativamente ao imposto. São dois euros por mês relativamente ao IUC", referindo de seguida as medidas que entende poderem mitigar este agravamento. "Procedemos a um aumento generalizado dos rendimentos, seja através do acordo para a melhoria dos salários, seja através do dos aumentos dos pensionistas, seja através de significativa redução do IRS", referiu.

O imposto conhecido como "o selo do carro", vai sofrer um agravamento substancial nos automóveis ligeiros com matrícula anterior a 2007, mas também nos motociclos, segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE 2024) na denominada "Reforma Ambiental do IUC". 

Assim, os automóveis de passageiros com matrícula anterior a 2007 e todos os motociclos passam a ser tributados não apenas com base na cilindrada, mas também tendo em conta as emissões de dióxido de carbono (CO2), a chamada componente ambiental. No próximo ano terá um limite de 25 euros, mas este será progressivamente aumentado até que a taxa de IUC reflita por completo a tributação referente às emissões de CO2 destes veículos.

As simulações realizadas pela PwC mostram que o agravamento do IUC num Ford Focus a gasolina com matrícula de 2001 é no montante máximo - 25 euros - o que representa uma subida de 16%, passando de 153,85 euros para 178,85 euros.

Já num Seat Ibiza a gasóleo de 1994 o aumento é de 99%, passando dos 25,37 euros para 50,37 euros, mais uma vez com o agravamento a atingir o limite.

Para o ministro das Finanças trata-se de corrigir uma "flagrante situação de injustiça relativamente à tributação que existe sobre os automóveis mais recentes e que são mais poluentes".

Medina lembrou que a medida está enquadrada em "duas peças que são importantes: uma de incentivo ao abate (...) e também um incentivo específico relativamente à aquisição de viaturas que sejam viaturas elétricas". O montante exato para estes incentivos "serão conhecidos em breve" pelo ministro do Ambiente.

Mais de 165 mil pessoas já assinaram a petição contra o agravamento do IUC para carros mais antigos.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela