Secções
Entrar

Emprego: Período experimental alargado para 180 dias

28 de junho de 2019 às 09:49

Medida aplica-se a trabalhadores à procura de primeiro emprego e desempregados de longa duração. Medida travão do PS foi chumbada.

Os deputados doPSePSDaprovaram hoje o alargamento do período experimental de 90 para 180 dias para trabalhadores à procura de primeiro emprego e desempregados de longa duração, mas a norma travão proposta pelos socialistas foi chumbada.

As alterações ao Código do Trabalho foram votadas esta tarde no âmbito no grupo de trabalho parlamentar de revisão da lei laboral e as votações indiciárias continuam na próxima quarta-feira.

O alargamento do período experimental de 90 para 180 dias para trabalhadores à procura de primeiro emprego e desempregados de longa duração proposto pelo Governo foi aprovado com os votos a favor do PS e do PSD, a abstenção do CDS e os votos contra do BE e do PCP.

Porém, a proposta dos socialistas que tinha como objetivo incluir uma norma antiabuso, limitando a três vezes o recurso à denúncia do contrato para o mesmo posto de trabalho durante o período experimental foi chumbada com os votos de todos os partidos à exceção do PS.

Foi ainda aprovada uma proposta conjunta do PS, PSD e CDS que clarifica que o período experimental pode ser reduzido ou excluído no caso de ter havido já contrato a termo, contrato temporário, prestação de serviços ou estágio com o mesmo empregador.

O deputado do BE José Soeiro sublinhou que durante as audições sobre as alterações à lei laboral "várias entidades" questionaram a constitucionalidade do alargamento do período experimental, pelo que o partido vai suscitar a dúvida ao Tribunal Constitucional.

"Sendo esta norma aprovada ficaremos com a obrigação de suscitar se esta norma é conforme aos preceitos constitucionais", afirmou o deputado bloquista.

Para José Soeiro, o alargamento do período experimental é uma norma que "foi claramente incluída por pressão patronal" e "vai contra o objetivo de combate à precariedade defendido pelo Governo e pelo PS".

Também a deputada do PCP defendeu que a medida serviu como "contrapartida às medidas que limitam a contratação a termo" e sublinhou que o alargamento do período experimental constitui "a lei da selva total".

Por sua vez, o deputado do CDS António Carlos Monteiro lembrou que sempre defendeu que, se "porventura", o Tribunal Constitucional entender que a norma é inconstitucional, deverá questionar-se se todo o acordo entre os parceiros é posto em causa e qual o "plano B".

"Não defendi nunca que [a norma] é inconstitucional", sublinhou António Carlos Monteiro.

Rita Rato defendeu que "a melhor forma de evitar a constitucionalidade" era não avançar com a medida.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela