Atleta português apoiou o rival direto de Pedro Pichardo, Zango, durante a final do triplo salto. Luso-cubano pede ao medalhado de ouro em Pequim2008 que o deixe "fazer a carreira em paz".
Para além das quatro medalhas que Portugal conquistou em Tóquio'2020, os Jogos Olímpicos ficaram também marcados pelo mau estar entre dois atletas portugueses do triplo salto, Nelson Évora, medalha de ouro em Pequim 2008, e Pedro Pablo Pichardo, o medalha de ouro nestes Jogos.
José Manuel ConstantinoLusa
Durante a qualificação, Pichardo saiu da pista após carimbar o acesso à final ao segundo salto e Nelson Évora despediu-se dos Jogos Olímpicos ao falhar o acesso às medalhas. Questionado sobre a possibilidade de ser abraçado por Pichardo se ainda estivesse na pista, Évora deixou dúvidas: "Sinceramente, acho que não. Não sei porquê, não é por mim, mas não teria de ser eu a abraçá-lo. O Pichardo há-de aprender com a vida. Espero que tudo lhe corra muito bem", disse.
Évora foi assistir à final, mas não expressou qualquer tipo de apoio a Pichardo, que saltava para o ouro. Em vez disso, o ouro em Pequim2008 chegou mesmo a apoiar Hugues Fabrice Zango, saltador do Burquina Faso com quem trabalhou durante duas semanas, e que era o rival mais direto de Pichardo - e de Portugal.
Na zona mista após a vitória no triplo salto, Pichardo disse ter-se apercebido da situação: "Eu nunca falei mal do Nelson. Uma pessoa enviou-me um link de um comentário por causa de uma coisa do abraço… Eu não falo nada do Nelson, não falo nada do Nelson e era bom acabar com isso, para não levar os problemas para a parte pessoal. Há anos que fala de mim e eu não respondo nada. Inveja? Não sei. É como ele diz, já ganhou tudo, porque não me deixa agora fazer a minha carreira? O tempo dele passou, não falo nada, deixe-me fazer a carreira em paz… Apoio ao Zango? Todo o mundo está a ver, não sou eu… Para mim tanto faz, não faz diferença nenhuma. Quer continuar com a p0lémica mas eu não falo nada", referiu.
Mais tarde, Nelson Évora deixou uma mensagem nas redes sociais para o luso-cubano: "Muitos parabéns, Pedro. Bingo para Portugal".
Em conferência de imprensa de balanço dos Jogos Olímpicos de Tóquio, esta manhã, o presidente do Comité Olímpico Português, José Manuel Constantino, abordou o tema: "O que tenho a dizer é que Portugal deve ter o maior apreço e admiração pelos seus atletas e sobretudo uma grande admiração por aqueles que, além de nos representarem, são talentos nacionais, com prestações de caráter internacional que a todos nos devem orgulhar. Mas nenhum desses nossos talentos está acima de Portugal", declarou o líder do COP.
"Estamos aqui a representar Portugal, não nos estamos a representar a nós próprios. E nessa circunstância uma representação nacional deve exigir de todos um sentido de companheirismo, de colaboração e de entreajuda. Porque quem sai a ganhar é Portugal. Independentemente dos estados de alma que cada um tenha relativamente aos seus colegas de profissão ou de missão", acrescentou Constantino, revelando ainda que o chefe de missão Marco Alves teve uma conversa com Nelson Évora a propósito desta situação.
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