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Vida de criança que morreu de cancro inspira cooperativa solidária na Lousã

08 de novembro de 2018 às 11:37
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A vida de um menino da Lousã que morreu em Março, com 10 anos, inspirou a criação de uma cooperativa de solidariedade que pretende ajudar crianças com cancro e suas famílias.

A vida de um menino da Lousã que morreu em Março, com 10 anos, inspirou a criação de uma cooperativa de solidariedade que pretende ajudar crianças com cancro e suas famílias, informaram hoje os promotores.

A Pedrinhas, Cooperativa de Solidariedade Social e Cultural Pedro Brazião Rodrigues, "nasceu da alegria e da energia infinitas do Pedrinho", disse à agência Lusa Ana Brazião, mãe da criança e presidente da instituição, cuja constituição legal foi celebrada esta semana.

Nascido a 23 de Março de 2007, Pedro Brazião Rodrigues padecia de doença oncológica, da qual veio a falecer em 22 de Março, na véspera de completar 11 anos.

Para os fundadores da nova cooperativa, familiares e outras pessoas que de algum modo acompanharam a evolução da doença do Pedro, ao longo de cinco anos, "todas as crianças são pedras preciosas".

"E essas pedras preciosas, que passam pela experiência oncológica, vêem as suas faces lapidadas, polidas, num processo de reestruturação que revela o que te^m de mais resistente, valioso, brilhante e belo".

"Foi um isolamento do mundo muito prolongado", afirmou Ana Brazião, arquitecta de profissão, tal como o marido, frisando que o filho "passou quase metade da vida no hospital e em casa", o que forçou a família e ele próprio a terem "uma vida paralela".

"Apesar da doença, o Pedro construiu um imaginário fantástico fruto de uma força de viver imensa e de uma imaginação hilariante. Com arte, reformulou o seu mundo, tornando-o não apenas suportável, mas deliciosamente mágico", sublinham os mentores da cooperativa, com sede na Lousã, distrito de Coimbra.

Todos os fundadores da Pedrinhas, cerca de 15, "participaram na vida do Pedro e experienciaram os sucessos e adversidades da vida de uma criança com cancro", nos períodos de internamento, no Hospital Pediátrico de Coimbra, mas também em casa e na escola, onde raramente ele podia ir.

"Temos um objectivo muito ambicioso, que passa por proporcionar às crianças com cancro uma alegria extra no internamento, com actividades lúdicas e ocupacionais", disse à Lusa Eulália Costa, vogal da direcção a que preside Ana Brazião.

Sempre que possível, adiantou, a Pedrinhas poderá "também intervir na casa destes meninos", disponibilizando, por exemplo, apoio a alterações arquitectónicas no interior das habitações, para as ajustar às limitações impostas pela doença.

"Como parceiros da sua resiste^ncia, o Pedro fez nascer, por via do desenho, personagens fanta´sticas, os 'Pedrinhongos', espécies híbridas que vivem no mundo da imaginação. Foram transpostas para o papel, com a mesma facilidade com que respiramos, e são hoje o maior legado que a nossa pedrinha nos deixou", segundo o sítio da internet da instituição.

A Pedrinhas vai promover na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, no dia 16, às 19:30, um jantar solidário destinado a angariar fundos e apresentar a cooperativa publicamente.

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