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Tudo o que tem de saber para entender a cimeira do clima em Madrid

30 de novembro de 2019 às 10:54
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Sob uma grande pressão social, a COP25 deve tentar que os países apresentem planos de descarbonização mais ambiciosos para estarem prontos em 2020.

Milhares de especialistas e decisores políticos reúnem-se na próxima semana em Madrid na 25.ª reunião da ONU sobre as alterações climáticas, a COP25. As alterações climáticas são, segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, o maior problema da humanidade, e vão afetar dramaticamente o futuro se nada de substancial for feito.

As emissões de gases com efeito de estufa, que os países tentaram controlar no Acordo de Paris de 2015, mas que continuam a aumentar, estão já a afetar o clima e a natureza das mais diversas formas, segundo os cientistas. Mas o que mais está em causa nesta conferência?

O que é a COP?

A COP é a Conferência das Partes, da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas e é o órgão supremo da tomada de decisões dessa Convenção da ONU. A COP25 realiza-se em Madrid de 02 a 13 de dezembro, juntando representantes de 195 países para decidir sobre novas estratégias na luta contra a crise climática. Esteve inicialmente marcada para o Chile, mas o país abdicou de a organizar devido a conflitos que eclodiram no país nos últimos meses.

Destina-se, portanto, a debater ao mais alto nível a questão das alterações climáticas e as medidas para as mitigar e enfrentar e realiza-se desde 1994. A última COP foi na Polónia.

A primeira parte da COP junta milhares de cientistas, empresários, representantes institucionais, organizações não-governamentais e governos de todo o mundo. A primeira semana é de caráter técnico e no final juntam-se chefes de estado e de governo para as reuniões mais formais, ministeriais e de tomadas de decisão.

O que vai ser discutido?

Sob uma grande pressão social, com a opinião pública a exigir dos governos ações de acordo com as recomendações da ciência, acusando-os de nada fazerem para conter as alterações climáticas, a COP25 deve tentar que os países apresentem planos de descarbonização mais ambiciosos para estarem prontos em 2020.

Também serão discutidos os mercados de carbono, os apoios ao Fundo Verde do Clima, o mecanismo de danos e compensações pelos fenómenos climáticos extremos, e o apoio aos países menos desenvolvidos para uma transição para um novo modelo energético. A COP25 é a última oportunidade para resolver questões relacionadas como Acordo de Paris, que entra em vigor em 2020.

Quem são os protagonistas da COP25?

São os grandes emissores de gases com efeito de estufa, como a China, a Índia, a Rússia, a União Europeia e os Estados Unidos, estes que já anunciaram a saída do Acordo de Paris. Mas serão também os países que lideram programas ambiciosos de medidas para conter as alterações climáticas e aqueles que mais sofrem com elas, nomeadamente os pequenos países insulares como as Maldivas, Samoa, as Ilhas Salomão, Kiribati e Vanuatu.

E são ainda os novos atores financeiros, as novas empresas tecnológicas e inovadoras em termos de respeito pelo ambiente, são os cientistas e os alertas que têm deixado, e será a jovem ativista sueca Greta Thunberg, que esteve na origem das greves climáticas estudantis e que leva a voz dos jovens à cimeira. E serão a Espanha e o Chile, que preside, como países coanfitriões.

Quanto custa a COP25?

A COP25 terá uma assistência superior a 25000 pessoas, terá 1500 jornalistas e decorre no centro de convenções Ifema, em Madrid, ocupando sete pavilhões de mais de 100000 metros quadrados. Tem um custo estimado de 50 milhões de euros, 10 milhões menos do que o inicialmente previsto, e um retorno económico em Madrid de 200 milhões.

Segundo dados oficiais trabalham na preparação da COP 1500 pessoas, mais 300 são contratadas para dar apoio direto à organização e cerca de 2000 voluntários vão trabalhar diariamente nos dias da cimeira.

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