Subida das temperaturas é a principal causa para a proliferação da espécie invasora. Autoridades estão preocupadas com o ecossistema.
Montanhas cobertas de neve, estradas sinuosas, lagos extensos e flores pé-de-leão são o habitual cartão de visita da Suíça. No entanto, devido ao aquecimento global, os habitantes do cantão de Valais, no sul do país, começaram a cruzar-se com uma visão pouco comum na região, catos.
Cato OpuntiaReuters
Segundo o The Guardian, as autoridades suíças dizem tratar-se de plantas pertencentes ao género Opuntia, também conhecidas como pera espinhosa, uma espécie originária do Continente Americano, no qual é encontrada desde a Patagónia até aos Estados Unidos da América, sendo comum em regiões quentes.
A espécie está agora a proliferar no território helvético devido à subida das temperaturas, fixando-se em algumas das colinas ao redor da capital de Valais, Sion – onde as estimativas sugerem que representam já 23 a 30% da cobertura vegetal baixa –, mas chega também às regiões alpinas, incluindo nos cantões de Ticino e Grisões (sul e sudeste), e ao vale de Aosta e Valtellina, em Itália.
"Em algumas partes de Valais, estimamos que os catos podem ocupar um terço da superfície disponível", diz Yann Triponez ao jornal britânico. O biólogo, que trabalha no serviço de proteção da natureza do cantão de Valais, afirma que aOpuntiaestá presente na região pelo menos desde o final do século XVIII, altura em que foi importada da América do Norte.
Ao mesmo meio, Peter Oliver Baumgartner, professor de geologia com um interesse de longa data em botânica, contratado pelo cantão para estudar e escrever um relatório sobre as plantas, esclarece que estas espécies "suportam temperaturas de -10°C ou -15°C sem qualquer problema", ainda que prefiram climas mais quentes.
Um dado que está diretamente ligado ao facto de as temperaturas em toda a região suíça terem subido duas vezes mais rápido que a média global, a par das temperaturas médias no país, que são já 2,4°C mais altas do que as médias de 1871-1900.
Para as autoridades e para o biólogo Yann Triponez, é a disseminação da espécie para reservas naturais e áreas protegidas que mais preocupa, uma vez que "cada almofada [refere-se às folhas da planta] cobre o solo e impede que outras plantas cresçam".
Ainda assim, Peter Baumgartner esclarece que apenas quatro das nove espécies deOpuntiaem Valais representam uma ameaça aos ecossistemas locais, particularmente em áreas com solos ácidos ou neutros, que representam um terço das encostas voltadas para o sul do vale.
Há vários anos que a Suíça promove campanhas de desenraizamento destas plantas, com a última a ter lugar no final de 2022 em Fully. A iniciativa será retomada nas próximas semanas no mesmo local, e Triponez diz que as autoridades também lançaram uma campanha de consciencialização para informar os moradores, que plantam os catos, e os turistas, sobre a ameaça.
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