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Maior icebergue do mundo escapou do vórtice e dirige-se para o Oceano Atlântico

Ana Bela Ferreira
Ana Bela Ferreira 15 de dezembro de 2024 às 18:01
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Depois de estar preso numa coluna de água a maior parte deste ano, A23a soltou-se e está a dirigir-se para Norte.

O maior icebergue do mundo, o A23a, libertou-se do vórtice onde estava preso há quase um ano e está novamente a movimentar-se. Com uma área de 3,800 km quadrados (40 vezes a área da cidade de Lisboa) e 400 metros de profundidade dirigi-se para Norte, sendo esperado que chegue ao Oceano Atlântico.

Courtesy of European Union/Copernicus Sentinel-3/Handout via REUTERS

O A23a separou-se da Antártida em 1986, mas ficou preso junto à costa, logo depois, devido à sua profundidade que o vez encalhar no fundo do Oceano Antártico. E aí ficou estático por mais de 30 anos. O enorme bloco de gelo começou a mover-se para norte em 2020, até que na primavera ficou preso numa coluna de água, ficando a rodar sobre si próprio junto às ilhas Órcades do Sul.

Na sexta-feira, a Monitorização Britânica da Antártida (BAS, na sigla em inglês) anunciou que o icebergue estava agora mais a norte. "É entusiasmante ver o A23a a mover-se novamente depois de ter estado preso. Queremos ver se ele vai seguir a mesma rota de outros grandes icebergues que se separaram da Antártida", explicou Andrew Meijers, um oceanógrafo da BAS, no comunicado divulgado.

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Os cientistas esperam que o A23a deixe o Oceano Antártico em direção ao Atlântico, onde vai encontrar águas mais quentes e deve começar a fragmentar-se em pequenos icebergues, acabando por derreter. Andrew Meijers faz parte da equipa que está a estudar o impacto da passagem dos icebergues nos ecossistemas locais.

Um dos efeitos será o de levar nutrientes às áreas por onde passam, como defendeu no ano passado Laura Taylor, uma biogeoquímica, que colheu dados das águas à volta do A23a. "Sabemos que estes icebergues gigantes podem levar nutrientes às águas por onde passam, criando ecossistemas prósperos em zonas que, de outro modo, seriam menos produtivas. O que não sabemos é a diferença que determinados icebergues, a sua escala e as suas origens podem fazer nesse processo."

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