Causa sintomas semelhantes aos de uma gripe e constipação e causou um surto no país asiático. Virologista Celso Cunha diz que atinge os mais vulneráveis e explica se deve ou não motivar preocupações.
Estão a aumentar na China os casos de metapneumovírus humano ou HMPV, uma doença respiratória que causa sintomas semelhantes aos da gripe ou constipação. A doença pode levar a hospitalizações entre pessoas imunodeficientes, idosos ou crianças pequenas que nunca estiveram em contacto com o vírus.
Achmad Ibrahim/AP
Vem da mesma família do vírus sincicial respiratório e foi identificado pela primeira vez em 2001 nos Países Baixos. Segundo o virologista Celso Cunha, é um vírus "que tem alguma sazonalidade", aparecendo "no fim do inverno, início da primavera" no hemisfério norte. Sendo uma infecção respiratória, os sintomas são semelhantes ao de uma gripe comum ou um resfriado, como a febre, tosse, o nariz entupido, corrimento nasal e ainda alguma dor de garganta.
Em Portugal, o Instituto de Saúde Doutor Ricardo Jorge já detetou um caso, segundo Graça Freitas. Numa entrevista ao NOW, a ex-Diretora Geral da Saúde assegura que o caso "está sob vigilância" e descarta a hipótese do vírus vir a causar uma pandemia como a Covid-19. "É um vírus que está particularmente ativo na China, já no ano passado esteve. Está a ser monitorizado mas não aparenta ter um padrão diferente do habitual", detalhou.
Poderá o HMPV ser o novo Covid-19?
O aumento de casos do vírus no norte da China tem vindo a causar alguma preocupação. Segundo as autoridades locais chinesas e o The Guardian, os casos registam-se sobretudo entre crianças e o Centro de Controlo de Doenças (CDC) alertou para as pessoas tomarem precauções sobretudo no que toca à higiene, rejeitando ainda os receios de uma nova pandemia.
"Sendo que o vírus foi detectado nas províncias do norte da China" é natural que esteja "relacionado com alguma sazonalidade", diz Celso Cunha. "Seria preocupante vermos um alto número de hospitalizações em grupos etários" em que o vírus não se manifesta. Os grupos em que este causa mais efeitos são os mais vulneráveis, como idosos a partir dos 70 anos, ou crianças que ainda não tiveram contacto com o vírus e ainda não desenvolveram imunidade.
Neste momento, a China acompanha regularmente este tipo de doenças e infecções respiratórias e ao testar um número elevado de pessoas, "devem ter detectado um número anormal, do qual não estavam à espera, daí terem dito que havia um surto". Na Europa, não é comum fazer testagens para este vírus específico: apenas "poderá ser testado para excluir outras causas, por exemplo, quando a gripe é excluída ou a pessoa está com um diagnóstico ou sintomas preocupantes".
O virologista assegura que "não há razão para preocupação" e que "não há semelhanças com o Sars-CoV-2", o vírus que levou à pandemia e que surgiu como um surto na cidade chinesa de Wuhan no fim de 2019.
Como nos devemos proteger?
O HMPV é "como qualquer outro vírus de infecção respiratória" e portanto, é necessário seguir os cuidados para prevenir uma gripe ou uma infecção respiratória como o Sars-CoV-2: "lavar bem as mãos e seguir a etiqueta respiratória".
No entanto, por não ser um vírus que resulte em muitos casos de hospitalização, é algo que se testa pouco, e para o qual "não há um tratamento específico". São usados "comprimidos para baixar a febre e anti inflamatórios", comuns neste tipo de doença.
Quem está em risco?
Ainda não se detectaram casos graves, salienta o virologista. Porém, as pessoas que são "imunodeprimidas, crianças pequenas e pessoas mais idosas" podem sofrer sintomas mais fortes ou até ser hospitalizadas. O virologista acredita que além disso, "é um vírus perfeitamente normal".
Notícia atualizada às 11h50 de terça-feira, 7 com a indicação de um caso em Portugal.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.
Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.