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Covid-19. Vacinas deverão manter pelo menos "alguma eficácia" contra nova estirpe

Responsável da DGS indicou que "poderá ser útil vigiar de perto o que vai acontecer em termos de eficácia vacinal".

As primeiras vacinas contra o novo coronavírus deverão manter pelo menos alguma eficácia contra a nova variante mais contagiosa oriunda do Reino Unido, que ainda não foi encontrada em Portugal, afirmou hoje a Direção-Geral de Saúde (DGS).

"Portugal e a DGS, em articulação com o Instituto Ricardo Jorge, estão a acompanhar de perto, quer do ponto de vista da saúde pública e da vigilância epidemiológica, não sendo ainda neste momento detetada esta estirpe nos dados conhecidos neste momento", afirmou em conferência de imprensa o diretor do departamento de Qualidade na Saúde, Walter Fonseca.

O responsável da DGS indicou que as amostras respiratórias que estão a ser analisadas foram recolhidas em novembro.

Em relação à eficácia das vacinas para esta estirpe, que se transmite mais facilmente e não parece para já aumentar a taxa de hospitalizações ou letalidade, Walter Fonseca foi cauteloso, indicando que há "uma incerteza significativa sobre a estirpe e o seu comportamento imunológico".

Essa incerteza vale para a vacina da Pfizer/BioNTech, a primeira a chegar a Portugal e para as que se sigam, salientou, ressalvando que é expectável, que mantenha, pelo menos "alguma da sua eficácia" para a nova estirpe.

"As vacinas atuam por mais do que um mecanismo. Têm mecanismos redundantes, produzem vários tipos de anticorpos e é possível que em algumas mutações detetadas as vacinas mantenham pelo menos uma parte da sua eficácia", declarou.

Walter Fonseca indicou que "poderá ser útil vigiar de perto o que vai acontecer em termos de eficácia vacinal".

Para já, a vigilância faz-se pegando nas amostras de pessoas contagiadas e fazer a sua sequenciação genómica, procurando os marcadores que identificam a variante, que tem uma alteração numa das proteínas que compõem o SARS-CoV-2.

Questionado sobre possíveis efeitos adversos das primeiras vacinas que vão ser administradas em Portugal, indicou a "tumefação ou dor no local da inoculação, dores articulares, dores musculares" e, em alguns casos "febre ligeira durante um ou dois dias".

Salientando que são "relativamente raros e ligeiros", estes efeitos "parecem muito semelhantes aos das restantes vacinas utilizadas em Portugal há muito tempo", referiu.

Serão "informados às pessoas antes e depois do ato vacinal através da pessoa que presta o ato mas também pela utilização dos meios de comunicação social e entrega de folhetos informativos".

"Todas as vacinas que foram testadas nestes ensaios demonstraram elevadíssimos níveis de segurança", afirmou Walter Fonseca.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.685.785 mortos resultantes de mais de 76,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 6.191 pessoas dos 376.220 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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