Global Forest Review revela ainda que caiu a perda de cobertura arbórea em Portugal, e que o único "sumidouro de carbono" do mundo está em perigo.
Em 2023, a perda de floresta virgem na Amazónia brasileira caiu 36%, relativamente ao ano anterior. Os dados são da análise anual do Global Forest Review do World Resources Institute (WRI), que revela ainda que no mesmo período de tempo, Portugal perdeu 36 mil hectares de cobertura arbórea (menos que os 47 mil hectares perdidos em 2022). As maiores perdas verificaram-se na zona da Serra da Estrela e nos distritos de Leiria e Castelo Branco.
O mundo perdeu 3,7 milhões de hectares de floresta virgem num ano – o equivalente a desaparecerem 10 campos de futebol por minuto.
No chamado "pulmão do mundo" em território brasileiro, a perda de floresta não caía tanto desde 2015. Contudo, a taxa ainda se mantém alta: perdeu-se um milhão de hectares. E apesar de entre 2022 e 2023 a perda de floresta virgem ter caído 9%, o território atingido é idêntico aos valores registados em 2019 e 2021. Sem esta floresta, foram emitidas 2,4 gigatoneladas de emissões de dióxido de carbono em 2023: equivalente a quase metade das emissões anuais provocadas por combustíveis fósseis nos EUA.
REUTERS/Adriano Machado
Esta análise do Global Forest Review foca-se nas florestas virgens dos trópicos húmidos pela sua importância não só para a biodiversidade, mas também quanto ao armazenamento de carbono e à regulação dos efeitos do clima locais e regionais.
Por exemplo, o relatório destaca a perda de floresta virgem na República Democrática do Congo por atingir o único "sumidouro de carbono" do mundo: trata-se da última grande floresta tropical que absorve mais carbono do que o que emite. Por ano, perdem-se meio milhão de hectares devido à queima de territórios para agricultura a curto prazo e a produção de carvão, que ainda é a principal forma de energia usada no país. Além disso, grupos armados que dominam o este do país vendem lenha e outros produtos florestais para financiar as suas atividades.
Os cinco países em que se verificou maior perda de floresta virgem foram o Brasil, República Democrática do Congo, Bolívia, Indonésia e Peru.
Estes valores também revelam que o mundo não está no caminho necessário para respeitar o compromisso feito na cimeira do clima COP26 em Glasgow, em 2021, quando 145 países prometeram travar a perda de floresta até 2030.
Amazónia favorecida por transição de governo no Brasil, indica organização
Para o WRI, a mudança de governo no Brasil motivada pela eleição de Lula da Silva favoreceu a queda de perda florestal na Amazónia. Contudo, noutros biomas brasileiros, como o Cerrado (savana tropical e o segundo maior bioma do Brasil) ou o Pantanal, a perda aumentou. Neste último, atingiu mesmo um pico devido aos incêndios que o afetaram.
O novo governo brasileiro é destacado por ter reconhecido novos territórios indígenas, ter revogado medidas anti-ambientalistas tomadas pelo governo Bolsonaro e ter aumentado a fiscalização. Apesar de estar a viver a pior seca de sempre, os fogos florestais não aumentaram em 2023 na Amazónia.
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