A nova autoestrada faz parte de um conjunto de intervenções, que têm como objetivo modernizar a cidade brasileira de Belém, onde se irá realizar a COP30.
Habitantes locais e ambientalistas estão indignados com a construção de uma autoestrada na Amazónia. A autoestrada em questão atravessa milhares de hectares de áreas protegidas e vai servir para facilitar o trânsito durante a COP30 (Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas), que acontece na cidade brasileira de Belém em novembro.
REUTERS/Bruno Kelly
Desta vez, as metas do Acordo de Paris vão voltar a marcar a agenda, com destaque para a redução da emissão de gases de efeito de estufa. Um dos aspetos que também tem vindo a ser debatido nas anteriores cimeiras dos clima é precisamente a conservação da floresta da Amazónia, conhecida como o pulmão do mundo por desempenhar um papel crucial no armazenamento de carbono. Por essa razão, a construção desta estrada tem sido classificada como contraditória.
Além disso, de acordo com a BBC, o desbravamento da floresta tropical está a afetar o dia-a-dia dos habitantes da região. Cláudio Verequete mora perto do local de construção e lamenta que as árvores de açaí, que serviam anteriormente de sustento para a família, tenham sido cortadas. "A nossa colheita já foi cortada. Já não temos essa renda para sustentar a nossa família", diz o morador em declarações ao canal público britânico.
"O nosso receio é que um dia alguém chegue aqui e diga: Aqui está algum dinheiro. Precisamos desta zona para construir uma bomba de gasolina ou um armazém'. E então teremos de ir embora", acrescenta. Além disso, refere que a autoestrada não trará benefícios para a comunidade local, já que está rodeada de muros. "Para nós, que vivemos à beira da autoestrada, não haverá benefícios. Para os camiões que vão passar, vai haver benefícios. Se alguém adoecer e precisar de ir para o centro de Belém, nós não vamos poder usá-la."
Por outro lado, Adler Silveira, secretário das infraestruturas do estado do Pará, garantiu ao canal britânico que a "autoestrada é sustentável" e faz parte de uma das 30 intervenções necessárias para modernizar a cidade antes da cimeira.
Na segunda-feira passada, o presidente brasileiro, Lula da Silva, conversou com o secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre a COP30 e escreveu nas redes sociais: "Recebi um telefonema do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para tratar da mobilização para a COP30, em Belém. Enfatizei a importância de que as novas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, a serem apresentadas pelos países ainda este ano, estejam alinhadas com o objetivo de manter o aumento da temperatura global em até 1,5oC".
Recebi telefonema do Secretário-Geral das Nações Unidas, @antonioguterres, para tratar da mobilização para a COP30, em Belém. Enfatizei a importância de que as novas metas de redução de emissões de gases do efeito estufa, a serem apresentadas pelos países ainda este ano, estejam…
De acordo com a BBC, o governo federal do Brasil vai investir mais de 81 milhões de dólares na expansão do aeroporto e vão ser construídas diversas infraestruturas para preparar a cidade para a cimeira.
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