Suspeito trabalha numa empresa de segurança privada cujo CEO é a sua mulher - o que o terá ajudado a disfarçar-se de agente da polícia para este ataque. Apesar de ser bastante reservado nas redes sociais sabe-se que era um forte crítico dos direitos LGBTQIA+.
As autoridades americanas identificaram Vance Luther Boelter, de 57 anos, como o principal suspeito do tiroteio que, no sábado,matou uma congressista e o maridono estado de Minnesota, EUA. Ao que tudo indica, o homem, que é agora procurado pelas autoridades e que se estaria a fazer passar por um polícia no momento em que se deu o ataque, trabalhava numa empresa de segurança que tinha uma frota de "veículos do tipo policiais" e outros tipos de equipamentos que o poderiam ajudar a parecer um agente da autoridade.
Vance Boelter terá utilizado aquilo que parecia ser um carro da polícia com sirenes para levar a cabo este tiroteio, e nele as autoridades terão encontrado uma lista de alvos com dezenas de nomes. Segundo a CNN internacional, a lista incluía democratas e figuras ligadas a movimentos pelo direito ao aborto, e nesta constava, por exemplo, a deputada Ilhan Omar e a senadora Tina Smith.
Além disso, no carro foram ainda encontrados panfletos anti-Trump, levantando, por isso, a hipótese de um possível ataque contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Boelter foi visto pela última vez no sábado de manhã, em Minneapolis. Usava um chapéu de cowboy claro, uma camisa escura de manga comprida, calças claras e uma mala escura.
Sabe-se que suspeito terá mandado uma mensagem para uns amigos através de uma residência em Minneapolis onde dizia: "Amo-vos David e Ron. Fiz algumas escolhas, e vocês não sabem nada disso, mas vou estar ausente por um tempo. Posso morrer em breve, então só quero que saibam que vos amo aos dois e que gostaria que nada disto tivesse sido assim", lê-se na mensagem citada pelo Minnesota Star Tribune.
Vance Boelter, de 57 anos, é um cristão evangélico que chegou a viajar até África para contar a história da sua fé. No entanto, nas redes sociais é bastante reservado: não falava sobre a questão do direito ao abordo nem da religião, segundo a CNN. Acontece que numa palestra na República Democrática do Congo, em 2023, já havia mostrado ser um forte crítico dos direitos LGBTQIA+.
"Há pessoas, especialmente nos Estados Unidos, que não sabem qual é o seu sexo, não sabem qual é a sua orientação sexual. Estão confusas", começou por defender nessa palestra que teve lugar numa igreja. "O inimigo entrou profundamente nas suas mentes e almas."
Aqueles que o conheciam pelo seu trabalho ligado à igreja mostraram-se no sábado profundamente surpresos ao saber que o homem poderia estar ligado ao ataque. "De todas as pessoas que conheço, ele não faria mal a uma mosca", disse o pastor McNay Nkashama em entrevista à CNN. "Simplesmente não consigo acreditar."
De acordo com o Minnesota Africans United (MAU), Vance possui um doutoramento em Liderança para o Avanço da Aprendizagem e Serviço, pela Cardinal Stritch University, e já havia trabalhado para a Nestlé, a distribuidora de alimentos Del Monte, e a Marathon Speedway. Agora, com uma ampla experiência profissional em segurança e negócios internacionais, era diretor de patrulhas de segurança.
Segundo a CNN internacional, o suspeito trabalha na Petrorian Guard Security, uma empresa de segurança privada, e terá recebido vários treinos militares. Registos obtidos pela agência de notícias Associated Press, mostram que a sua mulher terá apresentado um pedido de criação da Pretorian Guard Security Services LLC. Aqui ela está listada como presidente e CEO da mesma.
No início dos anos 2000 Boelter ter-se-á registado como republicano para votar, segundo registos citados pela CNN. No entanto, num relatório de 2016, o homem dizia não ter "nenhuma ou outra" filiação política. Em 2020, foi listado como "sem preferência partidária", refere o New York Times.
Boelter também já havia estado anteriormente no Conselho de Desenvolvimento da Força de Trabalho com o senador e democrata John Hoffman - morto este sábado - mas não é claro o quão próximos eram ou se chegaram a interagir.
O agora suspeito foi nomeado pelo então governador Mark Dayton, em 2016, e renomeado por Tim Walz, em 2019. Num documento citado pela revista Nesweek, Tim Walz explicava a sua escolha "devido à confiança especial" que o governador tinha "na integridade, discernimento e capacidade" de Boelter.
O gabinete do governador é o responsável por nomear milhares de pessoas de todos os partidos para esses conselhos. Este em específico contava com cerca de 60 membros.
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