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Joe Berardo: “Preferia morrer a vender a colecção Berardo aos pedaços”

Ana Taborda
Ana Taborda 11 de maio de 2019 às 08:27

Foi para a África do Sul aos 18 anos, fez-se Joe e fez-se rico. Teve mais de 10 mil empregados, a sua colecção de arte é uma das melhores da Europa. Depois perdeu billions – assim mesmo, como ele diz – com o BCP e faz manchetes com dívidas à banca.

Queria fazer "my own life", diz ao lado dos quadros que foi comprando, "esse esteve num barco do Príncipe do Mónaco, vinha todo dobrado, ainda tem as marcas, e esse foi o que Lucio Fontana fez para o aniversário da mulher. Chegou a casa, não tinha presente, foi ao ateliê e montou um frame [moldura] em que todos os lados tinham 69 centímetros". José Manuel Berardo, ou Joe, como todos o conhecem, vai abrir mais um museu este ano, talvez dois, ainda não sabe. O primeiro que inaugurou, em 1997, o Museu de Arte Moderna em Sintra, faz 20 agora, o Museu -Colecção Berardo, no CCB, metade disso. Pelo meio perdeu milhões (os billions dele) com o BCP, é um dos maiores devedores da Caixa Geral de Depósitos, e não se espera – soube-se este mês – que pague tudo o que deve ao Novo Banco. Ele diz que está tudo com os advogados – "senão ficava louco".

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