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Dois em cada três lares de idosos têm lotação esgotada

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 24 de junho de 2024 às 18:33
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Uma cama num quarto duplo em território nacional custa, em média, entre 1.250 e 1.500 euros, um aumento de 5% desde 2023.

Portugal é o país da União Europeia onde existe uma maior proporção de pessoas com mais de 65 anos quanto à população total: 24%, ou seja, uma em cada quatro pessoas é idosa. Ao todo, são 2,5 milhões de pessoas, segundo o Eurostat. São números explicados pela baixa natalidade e a alta taxa de emigração entre os mais jovens, aliadas ao aumento da esperança média de vida.

Idosos
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Para acompanhar o envelhecimento da população também o número de residências sénior tem aumentado em Portugal. Contudo, os dados do 2º Retrato das Residências Sénior em Portugal realizado pela plataforma de pesquisa de lares Via Senior e pela consultora BA&N revelam que a oferta é ainda muito baixa. Cerca de dois terços (62,3%) das instituições têm uma taxa de ocupação de 100% enquanto 32,1% afirmam ter uma taxa de ocupação entre os 91 e os 99%. Por isso, sete em cada dez residências sénior têm uma lista de espera.  

O relatório aponta que a maior parte das famílias que procura uma residência pretende uma entrada rápida pelo que muitas vezes não aceita ficar na lista de espera, porque "praticamente 40% das residências aponta para estadias médias entre 5 e 10 anos".  

Os mais recentes dados do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social remetem a 2018 e apontam para a existência de 2.700 residências sénior em Portugal com a capacidade de acolher cem mil idosos. Isto traduz-se numa cobertura que abrange apenas 4% dos idosos existentes em Portugal.  

Uma cama num quarto duplo em território nacional custa, em média, entre 1.250 e 1.500 euros. Entre o primeiro retrato dos lares realizado em fevereiro de 2023 e esta segunda edição notaram-se "aumentos médios em torno dos 5%". Em 39,7% das residências, o preço praticado por um quarto duplo é superior a 1.500 euros. 

Os aumentos dos preços são justificados pelos aumentos da procura que "têm sido acompanhados de uma melhoria do serviço prestado aos idosos": "médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, psicólogos e nutricionistas estão cada vez mais presentes na vida dos idosas das residências", aponta o documento. A maior parte das instituições (72%) tem capacidade para até 50 idosos.

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