"Trata-se de um direito de proteção legal dessas uniões, que não afetam a doutrina da Igreja sobre o matrimónio, reservado na Igreja Católica à união entre um homem e uma mulher", defende Conferência Episcopal.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) considera que as declarações do papa Francisco sobre as uniões homossexuais não afetam a doutrina da Igreja sobre o matrimónio.
"Trata-se de um direito de proteção legal dessas uniões, que não afetam a doutrina da Igreja sobre o matrimónio, reservado na Igreja Católica à união entre um homem e uma mulher", refere a CEP numa nota enviada à agência Lusa.
Um documentário sobre Francisco, exibido na quarta-feira em Roma, dava conta de declarações do papa defendendo que os casais homossexuais devem ser protegidos pelas leis da união civil.
"Os homossexuais têm o direito a ter uma família. Eles são filhos de Deus", disse Francisco numa das suas entrevistas para o filme "Francesco" do realizador Evgeny Afineevsky.
"O que temos de ter é uma lei da união civil. Dessa forma, eles estão legalmente cobertos", frisou o papa.
Na mesma nota a CEP adianta que "as afirmações do Papa Francisco sobre a necessidade de os Estados oferecerem proteção legal para uniões entre o mesmo sexo, contidas no documentário "Francisco", são extratos de entrevistas já divulgadas e recolhidas pelo realizador Evgeny Afineevsky, que revelam a atenção constante do Papa às necessidades reais da vida concreta das pessoas".
"Aliás, dentro do mesmo documentário há outro testemunho em que se diz explicitamente que o Papa Francisco não tem intenção de mudar a doutrina da Igreja", realça a CEP destacando ainda as afirmações do Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas, em entrevista à Rádio Renascença em 21 de outubro na qual afirma não crer que "alguma vez a Igreja Católica vá considerar que uma união entre pessoas do mesmo sexo seja um matrimónio".
"Igualdade de direitos e de oportunidades não significa fazer tudo igual. Significa que cada um, na sua individualidade, é respeitado em todos os momentos por aquilo que é. Por isso, a sociedade e, muito particularmente, o Estado deve criar os mecanismos necessários para que isso seja possível, com um quadro legislativo capaz de reconhecer a cada um a dignidade que tem tal como é e não como eu gostava que fosse", referiu José Ornelas na entrevista à Rádio Renascença.
O presidente da CEP disse ainda que o papa tem defendido que as pessoas, qualquer que seja a sua orientação sexual, têm o direito a serem respeitadas naquilo que são e que os Estados têm o dever de defender e concretizar essa defesa, legalmente, dentro do respeito pela diversidade que existe na sociedade.
O filme "Francesco", o âmbito do qual o Papa foi entrevistado, aborda questões com as quais Francisco mais se preocupa, incluindo ambiente, pobreza, migração, desigualdade racial e discriminação.
Enquanto servia como arcebispo de Buenos Aires, Francisco defendeu a união civil para casais homossexuais, no entanto nunca até hoje se tinha manifestado sobre o assunto na qualidade de papa.
Declarações do Papa não afetam doutrina da igreja sobre matrimónio
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