Sábado – Pense por si

Suzana Garcia disse que BE devia ser "exterminado". PSD repudia "interpretações desonestas"

29 de abril de 2021 às 13:19
As mais lidas

BE exigiu que o líder do PSD reconsidere a escolha para a Câmara da Amadora e encontre outro candidato, acusando a candidata de "não ter espaço no campo democrático".

A concelhia do PSD da Amadora repudiou hoje as "interpretações desonestas" feitas pelo deputado do Bloco de Esquerda (BE) Fabian Figueiredo sobre as afirmações proferidas pela candidata Suzana Garcia, que desejou que o partido fosse "exterminado".

Na quarta-feira, o BE exigiu que o líder do PSD reconsidere a escolha para a Câmara da Amadora e encontre outro candidato, já que Suzana Garcia "não tem espaço no campo democrático" por ter desejado que o Bloco "seja exterminado".

"A candidata escolhida pelo doutor Rui Rio para encabeçar a lista do PSD à Câmara Municipal da Amadora introduziu o discurso de ódio e incitamento à violência na campanha autárquica. isso é profundamente inaceitável", criticou, em declarações à Lusa, o deputado do BE Fabian Figueiredo.

Em causa estão as declarações no programa "Goucha", da TVI, da cabeça de lista do PSD à Câmara da Amadora nas próximas autárquicas, Suzana Garcia, que disse esperar "mesmo que o Bloco de Esquerda seja exterminado".

Hoje, em comunicado, a concelhia do PSD da Amadora repudiou "firmemente as interpretações desonestas feitas pelo deputado Fabian Figueiredo", sublinhando que deposita confiança em Suzana Garcia para disputar as próximas eleições autárquicas.

"Com efeito, ao referir-se aos extremismos políticos, condenando-os, Suzana Garcia pugnou pelo fim do Chega e do Bloco de Esquerda, expressões partidárias de dois espetros políticos extremados e polarizadores na democracia portuguesa. Qualquer pessoa percebe que o que a candidata Suzana Garcia quer dizer é que deseja que o BE tenha uma pesada derrota eleitoral nas próximas eleições. Qualquer outra interpretação (ainda por cima com recurso à extração de frases truncadas) constitui um exercício intelectual e politicamente desonesto", sublinhou a concelhia.

Por outro lado, no entendimento da concelhia, o BE "não tem o monopólio do uso das metáforas na linguagem nem é o dono do discurso autorizado".

"E, ao contrário de alguns deputados e dirigentes do Bloco de Esquerda, não foi o PSD quem alguma vez gritou em desfiles na Avenida da Liberdade pela morte do presidente do Brasil ou de qualquer líder político. Na política importa, acima de tudo, honrar a verdade", frisa a concelhia na nota.

A concelhia do PSD da Amadora destaca ainda que Suzana Garcia representa "uma aposta na alteração profunda da paisagem política portuguesa num dos concelhos mais importantes da Área Metropolitana de Lisboa", sublinhando que o PSD está "mobilizado e entusiasmado" com a sua candidatura.

Na perspetiva do deputado e dirigente do BE, "as eleições autárquicas não podem ser palco nem espaço nem território para a proliferação do discurso de ódio ou do incitamento à violência".

Em 7 de abril, o coordenador autárquico do PSD, José Silvano, defendeu que Suzana Garcia é a "candidata mais indicada para ganhar" a Câmara Municipal de Amadora, considerando que as suas posições públicas não põem em causa os valores sociais-democratas.

Na apresentação de mais 53 candidatos autárquicos, a escolha para a Amadora da advogada e ex-comentadora televisiva dominou a conferência de imprensa, com José Silvano a referir que a independente foi proposta pela concelhia da Amadora, aprovada pela distrital de Lisboa e foi homologada "por unanimidade" pela Comissão Política Nacional.

José Silvano considerou ainda que a advogada tem "um perfil adequado ao concelho a que se candidata" e defendeu que tem "fortes possibilidades" de ganhar a Amadora.

Dias depois, Rui Rio, disse que se Suzana Garcia não tivesse o perfil para a corrida à Câmara Amadora não teria sido aprovada, esclarecendo que os crivos mudam conforme os cargos e concelhos em causa numa candidatura.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.