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Rui Tavares defende que voto no Livre é o único sem ambiguidade estratégica

12 de dezembro de 2021 às 15:40
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Rui Tavares considerou que o Livre tem a resposta "mais clara" sobre a questão da governabilidade após as próximas eleições legislativas, em 30 de janeiro.

O cabeça de lista por Lisboa do Livre, Rui Tavares, traçou hoje linhas de demarcação políticas em relação ao PS, PAN, BE e PCP, defendendo que o Livre é o único partido sem ambiguidade estratégica.

Esta posição foi assumida pelo historiador e antigo eurodeputado na parte final do discurso que proferiu na sessão de encerramento do XI Congresso do Livre, que se realizou em Algés, concelho de Oeiras.

Rui Tavares considerou que o Livre tem a resposta "mais clara" sobre a questão da governabilidade após as próximas eleições legislativas, em 30 de janeiro.

"Quem votar no PS, julgando com isso contribuir para uma maioria absoluta, não sabe se no dia seguinte não se depara com um Governo de Bloco Central [com o PSD]. Votam em António Costa porque não querem Rui Rio no Governo, mas depois têm António Costa e Rui Rio ao mesmo tempo no Governo. Nos boletins de voto, não há uma nota de rodapé para que cada eleitor diga se vota assim para se fazer assado. Isso não existe", observou.

O fundador do Livre advertiu que, após as eleições legislativas, por parte de várias forças políticas, os votos "vão poder ser usados de uma forma diferente da razão que cada um quis pôr no boletim".

"O PAN diz-nos que tanto pode estar num Governo do PS, como num Governo do PSD, mas com o Livre isso não existe. Se houver uma maioria de esquerda, o Livre estará na construção de uma convergência para quatro anos. Uma convergência negociada e acordada com base numa cultura de diálogo e de compromisso, multilateral, com os diversos partidos sentados à mesa e não apenas bilateralmente entre um partido e o PS", apontou, aqui numa alusão crítica ao modelo negocial da "geringonça".

Rui Tavares defendeu também a existência de um "acordo assinado para um Governo escrutinado".

"Se a direita ganhar, não há a mínima dúvida: O Livre estará na oposição", frisou o historiador.

Rui Tavares declarou depois que, para o Livre, não haverá "conveniências táticas em matéria de direitos humanos, países amigos que os podem violar e outros que não podem".

"Um voto no Bloco de Esquerda ou no PCP não se sabe se é no Bloco e no PCP da convergência da geringonça, ou se é no Bloco e do PCP que, depois de terem aprovado tantos orçamentos que respeitavam as regras europeias, chumbaram orçamentos quando as regras europeias estão suspensas", assinalou, recebendo uma prolongada salva de palmas.

Neste contexto, Rui Tavares sustentou que "um voto no Livre não tem nenhuma ambiguidade ou incerteza".

"É o mais útil de todos os votos. É um voto para fazer uma maioria à esquerda, progressista, social, ecológica, com acordo escrito, escrutínio da sociedade civil durante os quatro anos. Não queremos uma geringonça dos gabinetes entre diretórios partidários e os assuntos parlamentares do Governo", acrescentou.

O XI Congresso do Livre começou no sábado no auditório do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) de Algés, concelho de Oeiras, tendo como principal objetivo a apresentação de todos os candidatos às legislativas e a finalização do programa eleitoral do partido para as eleições de 30 de janeiro.

No processo de primárias para as legislativas, que decorreu até ao fim do mês de novembro, foram eleitos candidatos para 21 círculos eleitorais: Lisboa, Porto, Setúbal, Leiria, Viseu, Açores, Madeira, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Europa, Fora da Europa, Évora, Faro, Guarda, Portalegre, Santarém, Viana do Castelo e Vila Real.

O partido da papoila utiliza o método das primárias na escolha dos seus representantes em cargos de eleição externa, no qual qualquer cidadão pode inscrever-se para concorrer ou para votar, desde que assine a carta de princípios deste partido.

Em 2019, nas últimas eleições legislativas, o Livre conquistou pela primeira vez representação na Assembleia da República: a deputada Joacine Katar Moreira que, em fevereiro de 2020, passou à condição de deputada não inscrita, deixando de representar o partido depois de este lhe ter retirado a confiança política.

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