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Rui Moreira admite taxa turística no Porto

07 de junho de 2016 às 16:22
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O presidente da Câmara do Porto admitiu introduzir taxas turísticas no concelho para "atenuar a pegada turística na cidade"

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, admitiu introduzir taxas turísticas no concelho para "atenuar a pegada turística na cidade" ou para comprar imóveis que a Câmara "não quer que sejam destinados ao turismo".

 

"Acho que a taxa, a ser criada, devia ser usada para atenuar a pegada turística na cidade ou adquirir edifícios que a Câmara pretende que não sejam destinados ao turismo", explicou. O assunto foi abordado na sessão camarária desta terça-feira a propósito da verba destinada ao turismo na Primeira Revisão Orçamental e às Grandes Opções do Plano para 2016, aprovada e que faz o orçamento municipal subir para 267,4 milhões de euros.

 

Para o autarca, esta questão "deve ter um grande consenso" e deve ter em consideração "o que se passou em Lisboa" ou em outros locais onde a taxa é aplicada.

 

Já em Janeiro, Moreira tinha garantido que os hotéis que estão a surgir no Centro Histórico não afectam a classificação como Património da Humanidade. "Relativamente ao Património da Humanidade, não vemos que haja risco, ou que esse risco possa resultar da reabilitação de edifícios para fins de hotelaria", afirmou.

 

Na altura, o autarca notou que o risco que existe é o da gentrificação [valorização imobiliária acompanhada da deslocação de residentes com menor poder económico] e a Câmara "tem vindo a tomar medidas para a evitar", designadamente deixando de vender casas camarárias no centro histórico.

 

Em Novembro de 2014, Moreira disse que a eventual introdução de taxas turísticas exige "prudência infinita" e uma avaliação macroeconómica, "para não matar a galinha dos ovos de ouro".

Polémica desmentida

Na mesma reunião, o presidente da Câmara anunciou que, "neste momento, não há eléctrico" previsto para a Foz e assegurou que tal "não conflitua em nada com o vereador do Urbanismo", o socialista Correia Fernandes.

 

"Neste momento não há eléctrico. O que nos foi perguntado foi se havia projecto para a reinserção do eléctrico nas avenidas atlânticas, e não existe. O que existiu foi um ante-projecto", frisou o autarca, depois de ter sido questionado pelo vereador do PSD Ricardo Almeida sobre "as ideias contraditórias" divulgadas sobre o eléctrico.

 

A questão causou polémica na semana passada, com o adjunto do autarca, Nuno Santos, a dizer à Lusa que a Câmara não tem actualmente qualquer plano para colocar o eléctrico na marginal da Foz e o vereador do Urbanismo a assegurar que a autarquia continua a ter planos para ali colocar o eléctrico.

 

"O que foi dito, foi com a minha autorização. E não conflitua em nada com o vereador do Urbanismo, que disse que a questão estava a ser discutida no âmbito do Plano Director Municipal (PDM)", explicou.