Sábado – Pense por si

Morreu a atriz nativa americana vaiada ao recusar Óscar em nome de Marlon Brando

Lusa 03 de outubro de 2022 às 06:55
As mais lidas

Atriz tinha 75 anos. Há duas semanas, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas norte-americana realizou uma cerimónia no novo museu, em Los Angeles, de homenagem a Littlefeather e, durante a qual, pediu desculpa publicamente pelo tratamento dado à atriz há quase 50 anos.

A atriz e ativista nativa americana Sacheen Littlefeather, vaiada em 1973 quando recusou um Óscar em nome do ator Marlon Brando, morreu aos 75 anos de idade, foi anunciado no domingo.

UCLA Library Special Collections

Há duas semanas, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas norte-americana, que atribui os Óscar, realizou uma cerimónia no novo museu, em Los Angeles, na costa oeste dos Estados Unidos, de homenagem a Littlefeather e, durante a qual, pediu desculpa publicamente pelo tratamento dado à atriz há quase 50 anos.

Numa mensagem, publicada na rede social Twitter, sobre a morte da atriz, a Academia citou Littlefeather: "Quando eu tiver partido, lembra-te sempre que sempre que ao defenderes a tua verdade, manterás viva a minha voz e as vozes das nossas nações e povos".

Littlefeather, que era apache e yaqui, foi vaiada nos prémios da Academia de 1973, na primeira cerimónia a ser transmitida em direto para todo o mundo, quando explicou, em nome de Marlon Brando, por que razão o ator recusava aceitar o Oscar de melhor ator emO Padrinho.

Brando tinha pedido a Littlefeather que recusasse o prémio em seu nome, num protesto contra o tratamento dado pela indústria cinematográfica aos nativos americanos.

"Entrei, como uma mulher orgulhosa, com dignidade, coragem, graça e humildade", disse Littlefeather, na cerimónia do museu.

"Sabia que tinha de dizer a verdade. Algumas pessoas podem aceitá-lo. E algumas pessoas não podem", acrescentou.

A atriz e ativista contou ainda que teve de impedir o ator John Wayne, popularizado pelos vários papéis decowboyem 'westerns', de a agredir fisicamente quando saiu do palco.

Littlefeather, membro do Screen Actors Guild, o primeiro sindicato de atores de cinema fundado em 1933, teve então dificuldade em encontrar trabalho em Hollywood.

Antes da cerimónia e em resposta às perguntas dos jornalistas, sobre como se sentia por ter esperado tanto tempo por um pedido de desculpas, Littlefeather afirmou: "Nunca é tarde demais para um pedido de desculpas. Nunca é tarde demais para o perdão".

Calado é Camões

O senhor Dr. Durão Barroso teve, enquanto primeiro-ministro, a oportunidade, de pôr as mãos na massa da desgraça nacional e transformá-la em ouro. Tantas capacidades, e afinal, nestum sem figos.