"Não paramos" é a principal mensagem gritada hoje pelos docentes que afirmam que vão manter a luta até verem garantidas as suas reivindicações, como é o caso da recuperação do tempo de serviço que foi congelado durante a Troika.
"Foi tempo que trabalhámos e que nos foi roubado", disse à Lusa Helena Ramos, professora de Matemática que veio do Estoril para Lisboa para engrossar o protesto que, às 14h30, tinha já cerca de meio quilómetro de comprimento.
Alexandra Mateus veio de mais longe, de Viseu, num "autocarro cheio". A docente é de Viseu e entre os protestos salienta as novas regras da mobilidade por doença, que o atual ministro João Costa alterou.
A professora de Matemática e Ciência, de 47 anos, estava efetiva numa escola de Tarouca mas, por uma questão de saúde, nos últimos anos dava aulas em Viseu. Este ano ficou novamente na escola de Tarouca. "Não há greves fofinhas" é a mensagem que exibe, ao passo que o marido optou por "Costas, habituem-se".
Já Cecília Meireles criticou a decisão conhecida na sexta-feira de impor serviços mínimos às greves decretadas pelo STOP a partir de fevereiro: "Isto é uma vergonha para a democracia! As escolas não são depósitos de alunos! Kafta era um menino ao pé do que se passa nas escolas", disse à Lusa.
Greves desde dezembro e sem fim à vistaO STOP iniciou em dezembro um conjunto de greves de professores e pessoal não docente que ainda está a decorrer, tendo uma das maiores associações de pais, a Confap, pedido que fossem garantidas condições para que os alunos pudessem permanecer nas escolas.
Na semana passada, o ministério solicitou a definição de serviços mínimos para situações como a garantia de servir refeições aos alunos ou permitir a permanência dos alunos com necessidades educativas especiais.
Os professores que hoje se manifestam em Lisboa gritam contra uma "escola depósito" e uma "escola restaurante", defendendo uma "escola para aprender e ensinar".
Na primeira reunião, o STOP recusou a proposta do ministério, mas um colégio arbitral decidiu na sexta-feira que os serviços mínimos avançavam para as greves convocadas para fevereiro pelo STOP.
Entretanto decorrem outras duas greves, uma promovida pelo SIPE e outra por uma plataforma de sindicatos, da qual constam as duas maiores estruturas sindicais da área da educação: Fenprof e a FNE.