Sindicato fala em mais de cem mil pessoas no protesto em Lisboa pelas escolas

Lusa 28 de janeiro
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Marcha segue depois para o Palácio de Belém onde os representantes serão recebidos por um elemento da equipa de Marcelo Rebelo de Sousa.

Milhares de professores de todo o País estão concentrados em frente ao ministério da Educação, de onde vai partir este sábado mais uma manifestação exigindo melhores condições salariais e de trabalho. O coordenador do STOP estima que mais de cem mil pessoas estejam na manifestação. Um "mar de gente" que aderiu ao protesto marcado há uma semana contra os serviços mínimos nas escolas.

Mariline Alves/Cofina Media
Às 15h25, as informações que o Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP) tinham eram as de que "ainda havia pessoas em frente ao Ministério a Educação para engrossar esta marcha", que se dirigiu ao Palácio de Belém, contou à Lusa o coordenador André Pestana, em cima do autocarro que estava a mais de 1,5 quilómetros de distância do Ministério.

André Pestana salientou o facto de um "mar de gente ter aderido ao protesto que foi marcado apenas há sete dias", na passada sexta-feira, quando o STOP tomou conhecimento que a tutela pretendia que fossem estabelecidos serviços mínimos nas escolas caso as greves continuassem em fevereiro.

Antes da hora prevista para o arranque da marcha já milhares de docentes de todos os níveis de ensino estão na Avenida 24 de julho, Lisboa, erguendo cartazes com as suas reinvindicações e protestos. "Guardião da Constituição, pedimos a sua intromissão" é uma das mensagens de uma docente que participa no protesto que vai terminar em frente ao Palácio de Belém, onde os professores esperam ser ouvidos por Marcelo Rebelo de Sousa.

Mariline Alves/Cofina Media
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"Não paramos" é a principal mensagem gritada hoje pelos docentes que afirmam que vão manter a luta até verem garantidas as suas reivindicações, como é o caso da recuperação do tempo de serviço que foi congelado durante a Troika.

"Foi tempo que trabalhámos e que nos foi roubado", disse à Lusa Helena Ramos, professora de Matemática que veio do Estoril para Lisboa para engrossar o protesto que, às 14h30, tinha já cerca de meio quilómetro de comprimento.

Alexandra Mateus veio de mais longe, de Viseu, num "autocarro cheio". A docente é de Viseu e entre os protestos salienta as novas regras da mobilidade por doença, que o atual ministro João Costa alterou.

A professora de Matemática e Ciência, de 47 anos, estava efetiva numa escola de Tarouca mas, por uma questão de saúde, nos últimos anos dava aulas em Viseu. Este ano ficou novamente na escola de Tarouca. "Não há greves fofinhas" é a mensagem que exibe, ao passo que o marido optou por "Costas, habituem-se".

Já Cecília Meireles criticou a decisão conhecida na sexta-feira de impor serviços mínimos às greves decretadas pelo STOP a partir de fevereiro: "Isto é uma vergonha para a democracia! As escolas não são depósitos de alunos! Kafta era um menino ao pé do que se passa nas escolas", disse à Lusa.

Greves desde dezembro e sem fim à vista
O STOP iniciou em dezembro um conjunto de greves de professores e pessoal não docente que ainda está a decorrer, tendo uma das maiores associações de pais, a Confap, pedido que fossem garantidas condições para que os alunos pudessem permanecer nas escolas.

Na semana passada, o ministério solicitou a definição de serviços mínimos para situações como a garantia de servir refeições aos alunos ou permitir a permanência dos alunos com necessidades educativas especiais.

Os professores que hoje se manifestam em Lisboa gritam contra uma "escola depósito" e uma "escola restaurante", defendendo uma "escola para aprender e ensinar".

Na primeira reunião, o STOP recusou a proposta do ministério, mas um colégio arbitral decidiu na sexta-feira que os serviços mínimos avançavam para as greves convocadas para fevereiro pelo STOP.

Entretanto decorrem outras duas greves, uma promovida pelo SIPE e outra por uma plataforma de sindicatos, da qual constam as duas maiores estruturas sindicais da área da educação: Fenprof e a FNE.

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