Sábado – Pense por si

Maduro: países que apoiam Guaidó estão a cometer um "golpe"

Nicólas Maduro anunciou esta segunda-feira que irá rever as relações diplomáticas com todos os países que até agora decidiram apoiar Guaidó.

No dia do fim do prazo de oito dias que a União Europeia deu a Nicolás Maduro para convocar novas eleições na Venezuela, o governo de Maduro anunciou que irá "rever completamente" as relações diplomáticas que a nação mantém com os países europeus que já reconheceram Juan Guaidó como presidente oficial.

A informação foi transmitida através de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, citado pela agência de notícias Efe, que anunciou que a revisão diplomática começa "a partir deste momento" e irá manter-se até "uma retificação que descarte o seu apoio ao golpe e o redirecione para o respeito da lei institucional".

Até a manhã de segunda-feira, 11 países europeus - Dinamarca, Lituânia, Letónia, Holanda, Espanha, Reino Unido, França, Alemanha, Suécia, Áustria e Portugal – confirmaram que apoiam Guaidó como presidente da Venezuela.

Guaidó, que no dia 23 de janeiro declarou-se Presidente interino da Venezuela, conta ainda com o apoio dos Estados Unidos, Canadá, Brasil e com a grande maioria dos países da América Latina.

Maduro, por outro lado, tem o reconhecimento da China, Turquia e Rússia.

Apesar dos diversos países europeus que já anunciaram o seu apoio a Guaidó, a União Europeia ainda não assumiu uma posição conjunta sobre a situação.

Nicolás Maduro pede ajuda ao papa para mediação da crise na Venezuela

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse esta segunda-feira que escreveu ao papa Francisco pedindo a sua ajuda e mediação na crise que enfrenta a Venezuela, durante uma entrevista ao canal de televisão italiano SkyTG24.

"Enviei uma carta ao papa Francisco", disse Maduro durante a entrevista, realizada em Caracas.

"Eu disse-lhe que estou a serviço da causa de Cristo (…) e, nesse espírito, pedi a sua ajuda no processo de facilitação e de reforço do diálogo", afirmou o Presidente venezuelano.

"Os Governos do México e do Uruguai, todos os Governos caribenhos, no seio da Caricom (Comunidade do Caribe), e a Bolívia pediram uma conferência para o diálogo no dia 7 de fevereiro (...). Eu pedi ao papa para fazer os seus maiores esforços, para nos ajudar no caminho do diálogo. Espero receber uma resposta positiva", disse Maduro.

A União Europeia (UE) e o Uruguai anunciaram, no domingo, a primeira reunião do grupo de contacto, para o dia 7 de fevereiro, em Montevidéu, com o objetivo de promover a organização de novas eleições na Venezuela.

A UE e oito dos seus Estados-Membros (Alemanha, Espanha, França, Itália, Portugal, Países Baixos, Reino Unido e Suécia) estão entre eles, bem como os latino-americanos Bolívia, Costa Rica, Equador e Uruguai.

O papa está esta segunda numa reunião internacional inter-religiosa nos Emirados Árabes Unidos e deve voltar a Roma na noite de terça-feira.

Maduro instou à Europa a "não ser arrastada pelas loucuras de Donald Trump", referindo-se ao Presidente dos Estados Unidos, que também reconheceu Guaidó e deixou a porta aberta para ação militar na Venezuela.

"Eu digo ao mundo: precisamos de solidariedade, consciência para não ceder à loucura da guerra e transformar a Venezuela em um novo Vietname", disse Maduro.

Por outro lado, na Itália, a crise venezuelana está a causar fortes tensões. Oficialmente, Roma tem uma posição de ‘esperar para ver’, lembrando que nunca reconheceu a eleição de Maduro e pediu uma nova eleição presidencial.

A crise política na Venezuela, onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.