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Juntos escreveram algumas das páginas mais brilhantes do atletismo português. Carlos Lopes e Fernando Mamede lembram os momentos que passaram com o "Senhor Atletismo"
"Não temos muitas palavras, agora". O primeiro campeão olímpico português, Carlos Lopes, não escondeu a sua emoção na reacção à morte de Mário Moniz Pereira, este domingo, aos 95 anos, que considerou uma "perda tremenda".
"Ele acreditou que era possível eu tornar-me num campeão. A medalha de prata em 1976, antes mesmo do ouro em 1984, foi o indício de que estava a nascer uma era dourada do atletismo nacional", disse Lopes, para quem Moniz Pereira será sempre "o Senhor Atletismo", modalidade que marcou "pela dedicação, talento, trabalho e sacrifício".
"Com ele, havia sempre alegria no treino", confidenciou à Sporting TV o actual responsável pelo atletismo "verde e branco", que com Moniz Pereira arrecadou uma medalha de prata em Montreal'76 e uma de ouro em Los Angeles'84.
A cinco dias do início dos Jogos Olímpicos, o antigo correr disse acreditar que os atletas que vão competir no Rio'2016 "vão lutar por uma medalha que possa honrar a memória" de Mário Moniz Pereira.
Lopes destaca a "crença sem reservas no trabalho e no valor dos seus atletas", que sempre acreditou que, com condições iguais, podiam conseguir resultados de excelência. "Marca-me para sempre a figura dele, como pessoa, como homem. Não temos muitas palavras, agora", concluiu.
O "segundo pai" de Mamede
Fernando Mamede, antigo recordista mundial dos 10.000 metros, recordou Moniz Pereira como "um segundo pai", mas também "sem dúvida o melhor treinador do mundo". "Foi um homem muito importante para mim, considerava-o um segundo pai. Esteve sempre comigo nos bons e nos maus momentos", recordou Fernando Mamede ao Público.
"Tinha olho quando via alguém correr. Sabia detectar o talento. Acreditava que treinando mais, nós chegávamos lá, que os atletas portugueses podiam disputar as provas de igual para igual", sublinhou, falando sobre aquele que considera ser o momento de viragem. "Deu um grande pontapé no estado de coisas quando fez a proposta ao Governo em 1975 de criar alta competição. Nós treinávamos de manhã, íamos ao emprego da uma às quatro e meia e treinávamos novamente no Sporting ao final da tarde", recordou Mamede, que, com Carlos Lopes, José Carvalho e outros, fez parte do grupo de olímpicos em 1976.
"Como pessoa era excelente, dócil. Sabia lidar com todos da mesma maneira. Nos estágios ou nas deslocações pela selecção, desde que houvesse um piano, ouvíamos os fados dele. Tocava algumas músicas em primeira mão para nós", relembrou.
Lopes e Mamede recordam o treinador que os "criou"
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