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Lista VIP: maioria chumba audição dos directores de Auditoria e Informática

PSD e CDS rejeitaram estas audições alegando que o parlamento já ouviu os directores-gerais demissionários da AT e a tutela, aguardando agora o relatório da IGF

A maioria parlamentar PSD/CDS-PP rejeitou esta quarta-feira as audições parlamentares dos directores de Segurança Informática e de Auditoria Interna da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), no âmbito do caso da 'lista VIP' de contribuintes, disse esta quarta-feira fonte parlamentar.

 

No início do mês, a Comissão Nacional Protecção de Dados (CNPD) confirmou a existência na AT, durante quatro meses, de um sistema para identificar os acessos à informação fiscal do Presidente da República, do primeiro-ministro, do vice-primeiro-ministro e do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, uma iniciativa que a CNPD concluiu ter partido da Área de Segurança Informática (da ASI) da AT.

 

Nesse sentido, o Bloco de Esquerda requereu a audiência na Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública do director da ASI, José Morujão Oliveira, e o PCP exigiu a audição do director de Auditoria Interna da AT, Acácio Pinto.

 

O deputado do PCP Paulo Sá disse esta quarta-feira à agência Lusa que os dois requerimentos foram chumbados pela maioria parlamentar PSD/CDS-PP, que alegou que o Parlamento já ouviu os directores-gerais demissionários da AT, António Brigas Afonso e José Maria Pires, e a tutela, a ministra das Finanças e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, sobre o assunto e que se deve aguardar pelo relatório sobre a 'lista VIP' que está a ser produzido pela Inspecção-Geral da Finanças (IGF).

 

"É uma desculpa esfarrapada. O secretário de Estado [Paulo Núncio] e os responsáveis da AT chegaram a dizer que a lista VIP não existia, mas o relatório da CNPD não só demonstra que ela existiu como foi operacionalizada por estas pessoas que obviamente tínhamos de ouvir", afirmou Paulo Sá.

 

O deputado comunista considerou ainda que "a maioria quer abafar este assunto" e que PSD e CDS-PP esperam que o relatório da IGF não traga informação que "comprometa o Governo".

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