Sábado – Pense por si

Linha de prevenção de suicídios SOS Voz Amiga ficou sem instalações

01 de junho de 2022 às 18:14
As mais lidas

Linha responde a cerca de 900 chamadas mensais de pessoas em sofrimento emocional.

A linha de prevenção de suicídios SOS Voz Amiga ficou sem instalações para poder continuar o seu trabalho que responde a cerca de 900 chamadas mensais de pessoas em sofrimento emocional, revelou hoje à Lusa a presidente do serviço.

"A SOS Voz Amiga está sem sede para trabalhar", lamentou Mafalda Pedra Soares, adiantando que está à procura de um parceiro para localizar instalações permanentes em Lisboa.

"Sem isso será muito difícil a formação de novos voluntários e o acompanhamento psicológico dos atuais voluntários que neste momento são 50", alertou a presidente da SOS Voz Amiga, a primeira linha telefónica em Portugal de prevenção do suicídio e de apoio a situações de sofrimento causadas pela solidão, ansiedade, depressão.

O atendimento continua graças a uma central telefónica cedida pela Altice durante a pandemia de covid-19 que permite aos voluntários receber as chamadas em casa. O que deixou se estar assegurado é o local onde a direção trabalha, onde os voluntários recebem semanalmente acompanhamento psicológico e emocional.

Esta situação que, segundo a responsável, põe em risco a formação contínua dos voluntários, a admissão de novos voluntários e o próprio serviço.

"Se não temos um espaço físico para nos encontrarmos e nos reunirmos e as psicólogas estarem cara a cara com os voluntários em atendimento, que expõem as suas preocupações emocionais, se não tivermos isso a muito curto prazo deixarmos de poder assegurar a linha, porque os voluntários não têm o acompanhamento que nós queremos", vincou.

Mafalda Pedra Soares adiantou que a associação tem "alguma capacidade para pagar uma renda módica", mas precisa de ter uma situação que não a deixe frágil a cinco ou dez anos.

"Não podemos estar na dependência de outros, temos que ter a certeza de que o investimento que possamos vir a fazer em parceria com quem quiser estar connosco, que seja uma parceria de futuro", disse, adiantando que já está em contacto com várias entidades, nomeadamente com a Câmara Municipal de Lisboa.

Esta não é primeira vez que a associação fica sem casa para trabalhar. No final de 2018, a SOS Voz Amiga ia festejar os seus 40 anos e encontrava-se no final de um contrato de arrendamento que não seria renovado.

"A situação financeira era difícil e não estávamos a encontrar alternativas de sede", recordou Mafalda Pedra Soares, contando que na altura a direção, pela voz do ex-presidente do serviço Francisco Paulino, lançou um apelo na comunicação social, do qual resultou um contacto da Altice, que cedeu uma sala de atendimento e salas de reunião e formação, no seu edifício na rua Andrade Corvo, em Lisboa.

Até agora, disse, "foram uns anos de parceria sólida e extremamente produtiva", destacando a oferta da central telefónica que permitiu que dar um "salto quantitativo muito grande na linha".

"Passámos de 25 a 52 voluntários, e atingimos em 2020 o máximo de chamadas alguma vez atendidas por ano: 10.800 (contra 6.270 em 2019) pois mais pessoas podiam atender", referiu.

No início deste ano, a SOS Voz Amiga tomou conhecimento de que a Altice tinha vendido o edifício. "As alternativas que gentilmente nos tentaram proporcionar noutro seu edifício, que visitámos em maio, infelizmente e com pena de ambas as partes, não são adequadas às necessidades de atendimento diário", lamentou.

Nos primeiros quatro meses do ano, a linha (213544545; 912802669 ou 963524660) recebeu uma média de 900 chamadas mensais, sendo os assuntos preponderantes a solidão, angústia, depressão e risco de suicídio.

Bons costumes

Um Nobel de espinhos

Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.

Justa Causa

Gaza, o comboio e o vazio existencial

“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.

Gentalha

Um bando de provocadores que nunca se preocuparam com as vítimas do 7 de Outubro, e não gostam de ser chamados de Hamas. Ai que não somos, ui isto e aquilo, não somos terroristas, não somos maus, somos bonzinhos. Venha a bondade.