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João Figueiredo: Syriza é a "cirrose da Europa"

17 de junho de 2015 às 17:41
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O deputado do PSD comparou o partido de governo grego com uma doença que está a colocar em perigo a União Europeia

O deputado do PSD João Figueiredo disse esta quarta-feira que o partido grego Syriza é a "cirrose da Europa", comparando propostas do Bloco de Esquerda (BE) na área social a "parte do programa" do actual governo de Atenas.

 

Num debate potestativo no parlamento convocado para hoje pelo BE, e dedicado à emergência social, o deputado social-democrata João Figueiredo dirigiu-se à porta-voz do Bloco, Catarina Martins, para a questionar sobre a sua presença na campanha do Syriza na Grécia.

 

"É ou não uma parte do programa do Syriza?", interrogou o parlamentar, questionando a bloquista sobre se alguns dos temas hoje trazidos a debate foram também levados a discussão em Atenas.

 

E prosseguiu: "E foi ou não implementado [o programa do Syriza na área social]? Sabemos que não. E sabemos porquê".

 

A austeridade, prosseguiu o deputado do PSD, "não foi uma opção deste Governo", antes uma "inevitabilidade em função da herança desgraçada" do PS.

 

"Onde vão buscar o dinheiro?", perguntou ainda a Catarina Martins, declarando depois que o Syriza é a "cirrose da Europa" e a "desgraça dos gregos intoxicou" o projecto europeu.

 

Na resposta, a porta-voz do BE diz ter no Syriza um "exemplo de quem na Europa está a tentar defender um país".

 

Entre o povo helénico "há três milhões de pessoas sem acesso à saúde", e por essas pessoas "lá está" o Syriza "a lutar", vincou a parlamentar bloquista, que arrancou o debate esta tarde pelas 15:00.

 

"Peça desculpa por aquilo que os seus amigos fizeram na Grécia", disse a bloquista ao deputado do PSD, referindo-se a anteriores executivos helénicos.

 

A Grécia atravessa actualmente um período conturbado ao nível das contas públicas, não tendo ainda chegado a acordo com os credores internacionais mesmo com cerca de quatro meses de negociações já volvidos com o Governo do Syriza liderado por Alexis Tsipras.

 

Para o BE, "nenhuma história acaba bem se as pessoas ficarem para trás", e o partido quer respostas às pessoas "em nome da dignidade e dos direitos humanos".

 

"O desafio que o BE aqui vos faz é responder agora a quem perdeu tudo. O compromisso é não desistir do país. Não desistir das pessoas. Não permitir a terraplanagem dos mais básicos direitos e condições de vida. Esse é o compromisso que o país precisa", sublinhou Catarina Martins.

 

A lei proposta pelo BE pretende criar, por exemplo, um Observatório Permanente da Pobreza, institui o aumento do salário mínimo nacional, altera os valores de IVA de alguns bens e suspende as actualizações de renda ao abrigo do regime da renda apoiada.

 

O projecto de lei propõe também, por exemplo, a diminuição do prazo de garantia para poder aceder ao subsídio de desemprego - de 365 dias para 180 dias - e ao subsídio social de desemprego - de 180 dias para 90 dias.

 

O acesso à luz, electricidade ou gás natural nunca devem ser cortados por "questões de carência económica", defende ainda o Bloco.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.