"Os exercícios e a presença militar dos EUA desempenham um papel vital na segurança da Ásia de Leste", declarou Itsunori Onodera, em resposta ao anúncio do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a interrupção destes exercícios.
Trump anunciou na terça-feira a suspensão das manobras militares conjuntas entre os EUA e a Coreia do Sul, durante uma conferência de imprensa após a histórica cimeira com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Singapura.
"Vamos parar com as manobras militares, o que nos poupará muito dinheiro, a menos que vejamos que as negociações futuras não estão a correr como deviam", disse Donald Trump, que considerou as manobras de "muito provocadoras".
O líder norte-americano também manifestou o desejo de retirar, "quando for hora", as tropas dos EUA destacadas na Coreia do Sul. Trump garantiu, no entanto, que esta ação não faz parte das negociações com Pyongyang.
Os Estados Unidos têm estacionados na Coreia do Sul perto de 30 mil soldados.
Especialistas em questões de segurança consideraram que uma redução da presença militar norte-americana no Extremo Oriente poderá transformar o equilíbrio da região relativamente à ascensão da China.
"Não há mudança na nossa política de pressionar a Coreia do Norte", concluiu Onodera, reiterando que o Japão "aguarda medidas concretas" de Pyongyang quanto ao desarmamento nuclear e à questão dos cidadãos japoneses sequestrados por agentes de Pyongyang nos anos de 1970 e 1980.
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Taro Kono, viajou para Seul, onde se vai reunir, na quinta-feira, com os homólogos da Coreia do Sul e dos EUA, Kang Kyung-wha e Mike Pompeo, para discutirem o resultado da cimeira sem precedentes entre Washington e Pyongyang.
O encontro de terça-feira foi o primeiro entre os líderes dos dois países depois de quase 70 anos de confrontos políticos no seguimento da Guerra da Coreia (1950-53) e de 25 anos de tensão sobre o programa nuclear de Pyongyang.