Sábado – Pense por si

Intromissão da Rússia nas eleições dos EUA divide políticos

11 de dezembro de 2016 às 09:32
As mais lidas

Os republicanos rejeitam as conclusões da CIA, mas os democratas pediram uma investigação. Computadores dos dois lados foram atacados por piratas informáticos, mas só os democratas foram prejudicados

O Partido Republicano dos EUA rejeitou no sábado a conclusão de agentes da CIA (serviços secretos) de que a Rússia tentou influenciar as eleições norte-americanas, enquanto o líder do Partido Democrata no Senado pediu uma investigação.

"A inteligência [CIA] está errada", disse o porta-voz do Comité Nacional Republicano, Sean Spicer, à cadeia de televisão norte-americana CNN.

"Isso não aconteceu", acrescentou, referindo-se a notícias divulgadas por jornais dos EUA segundo as quais agentes da CIA acreditam que piratas informáticos russos entraram em computadores do Comité Nacional Republicano e de organismos da direcção do Partido Democrata e roubaram informação durante a campanha eleitoral. No entanto, só divulgaramemails roubados aos democratas, para denegrir a candidatura de Hillary Clinton e ajudar o candidato republicano, Donald Trump, a ganhar.

Após a divulgação das primeiras notícias, na sexta-feira, peloWashington Post, a equipa de Donald Trump, que venceu as eleições, rejeitou as conclusões dos analistas da CIA, argumentando que são "os mesmos que disseram que [o ex-presidente do Iraque] Sadam Hussein tinha armas de destruição massiva".

"As eleições já acabaram há muito tempo e com uma das maiores vitórias a nível do colégio eleitoral. É tempo de ir em frente", disse a equipa do Presidente eleito.

No entanto, o senador Chuck Schumer, que será o líder dos Democratas no Senado a partir de Janeiro, pediu a abertura de inquérito pelo Congresso norte-americano.

"É imperativo que a nossa comunidade de inteligência revele qualquer informação relevante para o Congresso poder conduzir uma investigação", disse, no sábado.

Agentes da CIA acreditam que a Rússia interferiu nas eleições norte-americanas de 8 de Novembro para ajudar Trump a ganhar, noticiou oWashington Postna sexta-feira.

O artigo do jornal, a que se seguiu outro semelhante do The New York Times, foi publicado horas depois de a Casa Branca ter anunciado que o Presidente dos EUA, Barack Obama, ordenou uma análise aprofundada dos ataques informáticos durante a campanha eleitoral e exigiu um relatório antes de entregar o poder a Donald Trump, a 20 de Janeiro.

Segundo o artigo doWashington Post, pessoas ligadas a Moscovo passaram emails aosite Wikileaks pirateados de contas do director de campanha da candidata democrata, Hillary Clinton, e de contas do Partido Democrata, entre outras.

Os agentes da CIA pensam que o objectivo da Rússia "era favorecer um candidato", "ajudar Trump a ser eleito", disse uma fonte que o jornal identifica como um alto responsável conhecedor de uma exposição que os serviços secretos fizeram a senadores.

Segundo as fontes do Washington Post, os agentes da CIA disseram aos senadores que é "bastante claro" que Moscovo queria ajudar Trump a ganhar e que esta ideia é "consensual" entre a comunidade de inteligência dos EUA.

O jornal ressalva que esta avaliação está, contudo, longe de constituir um relatório da CIA e que há interrogações que persistem. Por outro lado, os serviços secretos dos EUA não têm qualquer prova de que responsáveis do Kremlin tenham ordenado a interlocutores o envio deemailspirateados para o Wikileaks, refere uma das fontes citadas.

O fundador do Wikileaks tem negado ligações à Rússia.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.

Cuidados intensivos

Loucuras de Verão

Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.